Grupo adapta livros do vestibular para o teatro
Por Miguel Arcanjo Prado
O diretor, ator e produtor Jefferson Brito tem uma missão há 20 anos: transformar clássicos da literatura brasileira em obras de teatro.
À frente da Cia. de Teatro Letra Jovem, ele é ciente da missão nada fácil tem. Afinal, fala a um público bem exigente: os vestibulandos, já que adapta para os palcos os temidos livros exigidos no vestibular.
Com trabalho sediado em Osasco, na Grande São Paulo, o grupo comemora temporada na capital paulista, no Teatro Santo Agostinho (r. Apeninos, 118, Metrô Vergueiro), onde ficam em cartaz com a peça Til, entre 22 de maio e 10 de julho, sempre às terças, às 20h, com ingressos a R$ 30 a inteira e R$ 15 a meia-entrada.
Adaptada da obra de José de Alencar, o espetáculo é ambientado na pacata Piracicaba de meados do século 19, onde vive a jovem Inhá Tudinha. No elenco, estão Alex Nunes, Anderson Xavier, Glaura Lacerda, Silvana Veloso, Thais Guerrieri e Wesley Tavares.
O diretor conversou com o R7 sobre este momento importante para o grupo e explicou como é o trabalho de fazer literatura virar teatro. Leia o bate-papo:
Atores & Bastidores – Como vocês fazem para adaptar os clássicos? É uma tarefa difícil, já que precisam preservar os principais elementos da obra?
Jefferson Brito – Adaptamos os clássicos de maneira muito fiel, para o bom entendimento da obra pelo publico. Pretendemos aproximar a plateia, despertar o interesse pela leitura daquele determinado autor, e para isso, também representamos de maneira dinâmica visceral e orgânica. Preservamos a personalidade da obra, suas características e intenções, e por isso, sempre requer pesquisa aprofundada sobre o movimento literário abordado.
Atores & Bastidores – A peça é uma ajuda importante para o vestibular? Quem assiste não precisa ler o livro?
Jefferson Brito – A peça acontece para complementar o entendimento do aluno ou despertar o interesse, nunca para substituir a leitura. Nenhum filme, nenhuma peça é tão rico ou completo como a leitura. Todos os jovens, sem exceção, na casa dos 17 anos, têm que ler essas obras, para o vestibular ou no mínimo terminar o ensino médio com alguma noção sobre a nossa literatura, portanto, naturalmente, todos os professores de literatura são nossos “marqueteiros”.
Atores & Bastidores – As adaptações ajudam a levar os jovens ao teatro?
Jefferson Brito – A grande maioria dos jovens do ensino médio no Brasil nunca foi ao teatro. Há 20 anos levo espetáculos sobre obras de vestibular para esse público, vezes na própria escola, vezes no teatro mais próximo, e tenho percebido que naturalmente , quando esta plateia vem à nossa “casa” é sempre mais encantador, mais respeitador .
Atores & Bastidores – E como é o público de estudantes?
Jefferson Brito – Este público é mais criterioso que o público normal de teatro, pois são muito sinceros, quando gostam… gostam, e quando não gostam… são apáticos. Por isso sempre digo aos atores que, se fazemos um bom espetáculo numa escola, onde tudo é adaptado, quando formos a um teatro equipado ,tudo fica mais fácil.
Atores & Bastidores – Qual a importância de fazer a obra agora em um teatro em São Paulo. Qual público vocês esperam?
Jefferson Brito – Esperamos o publico de todas as idades, aqueles que se interessam pelos nossos clássicos, aqueles que buscam a reflexão que jamais terão na televisão, que é veiculo de massa. Pretendemos formar público que não tem experiência de ir ao teatro, pretendemos aproximar esses autores do universo do jovem, por meio de espetáculos com música ao vivo e muito vigor nas apresentações.
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