Cinco peças para o fim de semana da Parada Gay
Por Miguel Arcanjo Prado
Neste fim de semana de Parada Gay em São Paulo, na tarde deste domingo (10) na avenida Paulista, o Atores & Bastidores faz uma seleção de peças que vão agradar ao público colorido que lota a metrópole nestes dias. Bom espetáculo!
Priscilla, Rainha do Deserto
O musical é uma verdadeira ferveção total: três drags perambulam pelo interior da Austrália em um ônibus de muito glamour. Não faltam números com as principais canções gays do século 20. Muito agito e purpurina. Mas o espetáculo não é só festa. Mesmo com o colorido intenso, o musical toca em temas delicados, como a violência contra gays, algo tão comum em São Paulo, infelizmente, e a paternidade no mundo homossexual. Para rir, dançar, cantar e refletir também.
(Teatro Bradesco, Shopping Bourbon, r. Turiassu, 2.100, Perdizes, SP, tel. 0/xx/11 3670-4100, qui. e sex, 21h; sáb., 17h e 21h; dom., às 16h e 21h, R$ 40 a R$ 250, 12 anos)
Satyros’ Satyricon
Para quem nunca viu uma peça da Cia. Os Satyros, a obra é um verdeiro impacto. Sobretudo a primeira parte, a melhor das três que compõem a obra. Trata-se de uma instalação na qual o público passeia por túneis cheios de personagens libidinosos. Tem a prostituta moderna que apresenta seu currículo aos clientes, a vidente que enxerga o futuro e faz suas apostas e até um menino que quer dividir com o espectador um sugestivo copo de leite. Na hora da peça mesmo, é contada a história de gladiadores gays na Roma antiga. Para terminar, a última parte é uma festa na qual elenco e plateia se juntam na pista. Nada mais underground.
(Espaço dos Satyros 2, praça Roosevelt, 134, Consolação, SP, tel. 0/xx/11 3258-6345, sex., 21h; sáb. e dom., às 20h; R$ 30 a R$ 50, 18 anos)
Aquilo que Meu Olhar Guardou para Você
Os meninos pernambucanos do Grupo Magiluth discutem a solidão do homem no meio urbano. A trupe misturou tudo que tinham para falar no liquidificador e transformou nesta peça. Mas é até engraçadinha, porque eles fazem com uma entrega total, justiça seja feita. Tudo rola com farta participação do público, incentivado pelo quinteto até a subir no palco. Tem gente que se empolga tanto que até revela segredos inconfessáveis. Na obra, não faltam relatos de relacionamentos e, para ninguém reclamar, tem até um singelo selinho entre dois atores. Quem acha que os nordestinos não são moderninhos está completamente enganado.
(Funarte São Paulo, al. Nothmann, 1.058, Campos Elíseos, SP, tel. 0/xx/11 3662-5177; dom, às 20h; R$ 20, 14 anos, até 29/7/12)
Macumba Antropófaga
Zé Celso Martinez Corrêa e seus atores súditos no Teat(r)o Oficina fazem um verdadeiro caldeirão do melhor da cultura nacional. Inspirado no Manifesto Antropófago, de Oswald de Andrade, a obra não só pede a participação do espectador, em uma divertida passeata pelas ruas do Bixiga, como também ousa tirar literalmente a roupa de alguns. Tem gente que já tira sem ninguém pedir. Afinal, peça do Oficina é assim mesmo: muita nudez e discurso político conduzido pelo grande mestre de nosso teatro. Bem do jeito que Zé Celso gosta.
(Teat(r)o Oficina, r. Jaceguai, 520, Bela Vista, SP, tel. 0/xx/11 3106-2818, sáb. e dom., 17h às 22h, R$ 50, 16 anos, até 1º/7/12)
Réquiem para um Rapaz Triste
O versátil ator Rodolfo Lima se sai bem neste espetáculo, no qual faz uma colagem das personagens femininas do gaúcho Caio Fernando Abreu. Na pele de uma quarentona solitária em seu quarto, ela tem no cigarro, que fuma obsessivamente, seu único companheiro. A amargura da pobre coitada leva o público a fazer reflexões necessárias e profundas. Ponto para a obra.
(Centro Cultural São Paulo, r. Vergueiro, 1.000, Metrô Vergueiro, 0/xx/11 3397-4002, sáb., 21h, Grátis, Chegar uma hora antes, 18 anos, Só no dia 9/6/2012)
Por trás do pano – Rapidinhas Teatrais
Veja a programação completa do FIT-BH!
Silvana Garzaro, a fotógrafa que era atriz
O Retrato do Bob: a doce brutalidade de Otto Jr.
Veja as dicas da Agenda Cultural da Record News
Leia a coluna Por trás do Pano – Rapidinhas teatrais