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Festival Internacional de Teatro de Objetos em BH mistura crianças e adultos com muito batuque

Personagens caminham no meio do público durante 1º dia do Fito - Foto: Elba Kriss/R7

Por Elba Kriss,
Enviada especial do R7 a Belo Horizonte*

O primeiro dia do Festival Internacional de Teatro de Objetos, em Belo Horizonte, terminou em uma grande festa comandada pelo instrumentista Naná Vasconcelos, na noite de sexta-feira (8), na Serraria Souza Pinto.

O Fito, como é conhecido o evento, está em sua 3ª edição e termina no domingo (10) com apresentações de artistas brasileiros e de outros países, como França, Israel, Argentina, Holanda, Espanha, Itália e Portugal.

Idealizado pela produtora cultural Lina Rosa, de Recife, reúne os melhores espetáculos em que objetos ganham vida e viram os protagonistas das peças.

Na abertura, o clima era de empolgação. Às 15h, quando três atrações internacionais abriram o dia simultaneamente, o público infantil era maioria.

Relógios do XPTO - Foto: Elba Kriss

Levadas pelos pais, as crianças foram conquistadas pelos contadores de histórias e seus objetos animados.

No fim da noite, quando Tizumba, Naná Vasconcelos, Tambor Mineiro e o Grupo XPTO subiram no palco principal, o público predominante já era o adulto, e o da melhor espécie: aquele sedento por cultura.

A Serraria

O local escolhido para sediar o evento ganhou elogios por parte do frequentadores. De fácil acesso, a Serraria Souza Pinto, localizada no centro de Belo Horizonte, agrada por estar em uma região de revitalização.

Além disso, a produção acertou ao dividir a área do local em um palco central e cinco salas, que não perdem em nada para uma sala de teatro comum, com bom som e boa iluminação.

A Revolta dos Objetos

O tema da terceira edição do Fito, em Belo Horizonte, A Revolta dos Objetos, foi seguido à risca. O festival reuniu as melhores companhias de teatro de objetos e brincou com a imaginação do público.

A peça Quatro Asas, da Cia. Fernán Cardama, da Argentina, ganhou o carinho dos pequenos, que se encantaram com a história sobre um peixe que voa. O personagem, acredite, foi representado por quatro bolas de isopor devidamente pintadas.

Para os adolescentes e adultos, uma das opções foi o espetáculo Os Projecionistas, do Le Théâtre du Vide-Poches, original da França. Criativa ao extreno, a companhia usou dezenas de cenários e bonecos para fazer um filme dentro da peça. Sim, um filme dentro da peça. Não foi à toa que a plateia aplaudiu a dupla de projecionistas em pé.

Sempre é hora de aprender

Com a presença de companhias de outros países, foi fácil se deparar com famílias inteiras de estrangeiros caminhando pela Serraria. Um exemplo foi a plateia da peça A Ousada Viagem de um Homem e um Peixe, da Companhia Orinica Mecânica, da Espanha, que continha espanhóis, argentinos e até estudantes de idiomas.

Na plateia, um sussurro nada impertinente era comum. Afinal, pais e mães, vez ou outra, traduziam algumas palavras e frases para as crianças. Mas ninguém reclamou das conversas paralelas, pois ver um pai ensinar algo para o filho por meio do teatro é algo extremamente prazeroso. Nem tudo está perdido.

O pequeno João toca com Naná - Foto: Elba Kriss

Naná Vasconcelos foi a estrela da abertura. O percussionista se apresentou duas vezes no primeiro dia do festival. O músico, ganhador de um Grammy na categoria regional, encerrou a noite. Ao lado da companhia Tambor Mineiro e do grupo XPTO, Naná fez o todo mundo dançar e batucar. Literalmente.

Vasconcelos apresentou o seu Pinipan, um espetáculo em forma de som com uso de panelas, penicos, conchas, bacias, colheres e demais instrumentos comuns na cozinha.

Ovacionado pelo público, Naná dividiu seu dia de glória com um pequeno fã, o menino João Luiz Ferrer, de quatro anos, que subiu no palco e “tocou” ao lado do mestre até o fim.

*A jornalista Elba Kriss viajou a convite do Festival Internacional de Teatro de Objetos.

Fito – Festival Internacional de Teatro de Objetos
Quando: 8 a 10 de junho de 2012, sempre a partir das 15h
Onde: Serraria Souza Pinto, debaixo do viaduto Santa Tereza, centro de Belo Horizonte
Quanto: grátis

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