Robson Catalunha, o ator de sangue quente
Por Miguel Arcanjo Prado
O ator Robson Catalunha não gostou nada quando seus pais resolveram deixar São Paulo rumo a Sorocaba, no interior paulista. Eles queriam vida tranquila, que ia de encontro aos projetos do então adolescente de 15 anos que já se enveredava pelo teatro.
Por lá, buscou um curso de teatro na Fundec, o órgão cultural da cidade. Logo, chamou a atenção do diretor Mario Persico, que o convidou para integrar a Cia. Clássica de Repertório.
— Mario é meu padrinho no teatro. Devo muito a ele e aos filmes incríveis que me indicou.
Foi natural sua entrada para o curso de licenciatura em teatro da Universidade de Sorocaba, onde se formou em 2008. Aí bateu a crise. Pensou: “E agora?”.
— Não queria dar aula em Sorocaba. Queria ser ator, minha praia é atuar. Fui para o Rio.
Hospedou-se com o amigo Tato Consorte, que também tentava a sorte em terras cariocas. Ficou por lá um mês e voltou: “Não rolou, ok”.
Foi quando, em 2009, o amigo Henrique Mello, ator dos Satyros, o avisou que haveria uma substituição no grupo de São Paulo e que o indicaria para um teste.
— Já tinha visto A Vida na Praça Roosevelt, mas nunca imaginaria que iria entrar nos Satyros… Vim para o ensaio na sexta e no sábado já dei a resposta positiva ao Rodolfo [García Vázquez, diretor do grupo]. Domingo fui em casa pegar minhas coisas e na segunda estava ensaiando! Logo comecei a trabalhar também no escritório e na produção.
A grande chance veio em 2010, quando se tornou o protagonista da elogiada peça Roberto Zucco.
— Foi um divisor de águas na minha carreira e que ganhou muitos prêmios, Shell, APCA e CPT. O mais louco é que não tínhamos nenhuma expectativa, porque fizemos a peça na raça, sem grana.
Em 2011, prestou o Centro de Pesquisa Teatral, e lá viveu “uma outra experiência incrível”. Afirma que já estava maduro e sem deslumbre para encarar o mestre Antunes Filho.
Catalunha gosta de viver o dia a dia, não é muito fã de planejamentos a longo prazo. Nos Satyros, o ator de 27 anos trabalha duro. É produtor pelo terceiro ano consecutivo das Satyrianas, evento teatral que vai movimentar a praça Roosevelt com 78 horas de programação entre os próximos dias 1º e 4 de novembro.
Além disso, ensaia a montagem infantil Criança Cidadã, e a adulta, O Inferno na Paisagem Belga, além de estar em cartaz em Cabaret Stravaganza.
Bar e natação
Com tantos afazeres, optou por morar na Roosevelt para “ter qualidade de vida e não ter estresse com o trânsito”. Depois das peças, é figurinha fácil no bar dos Satyros ou no do Parlapatões.
— Sou sempre assim. Estou 24 horas pulsando, correndo atrás de projetos. É como dizia meu primeiro diretor: ‘Temos de matar um leão por dia’.
Mesmo com tantos afazeres, consegue arrumar tempo para cuidar do corpo: “Voltei para a academia e nado no Sesc”.
Tem o desejo de um dia conhecer a Catalunha, na Espanha, terra de seus bisavós que lhe deu o sobrenome.
— Tenho o sangue quente espanhol.
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Gostaria muito de ver no seu blog sobre a atriz Critina Mazzuca , assisti a peça Quartas Literarias e o Amor Venceu com ela ..bjao
Gosto muito do satyros, Roberto Zucco foi umas das peças favoritas que vi lá. E o rosto do Robson Catalunha ficou muito marcado, toda vez que o vejo nas outras peças do satyros ou ali nos arredores da roosevelt eu penso ” Caramba olha ali o roberto zucco, ele é o cara”