John Neschling promete transformar Theatro Municipal de SP em “fábrica de empregos”

Theatro Municipal de SP (foto) vai ter o Teatro Colón de Buenos Aires como exemplo – Foto: Clara Caldeira
Por Miguel Arcanjo Prado
Quando foi inaugurado, há 101 anos, o Theatro Municipal de São Paulo foi pensado para ser uma casa de ópera. Contudo, o tempo e o descaso com que foi tratado durante muitas décadas tornaram esta uma missão secundária no mais tradicional palco da cidade.
A nova gestão que assume o espaço anunciou que pretende recuperar esta vocação e transformá-lo num grande centro gerador de trabalho para artistas, conforme afirmaram ao R7 o novo diretor geral da Fundação Theatro Municipal, José Luiz Herencia, o novo diretor artístico, John Neschling, e o novo secretário municipal de Cultura, Juca Ferreira, nesta terça (19).
Segundo Neschling, que afirmou ter aceito o desafio por confiar em Juca Ferreira, o objetivo é fazer do Theatro Municipal algo semelhante ao que acontece no Teatro Colón de Buenos Aires, um dos principais da América Latina.
—O Theatro Municipal é cheio de artistas excelentes. Essas pessoas precisam ser respeitadas e dignificadas em seu trabalho. O que eu mais ouvi quando cheguei foi: “Conte comigo, porque eu amo trabalhar nesta casa”. Ele foi construído como um teatro de ópera e isso foi deixado de lado. Queremos que seja um teatro lírico de grande qualidade.
“Fábrica de empregos”
Neschling, responsável por ter colocado a Osesp no mapa das grandes orquestras mundiais, afirmou que “é uma falácia dizer que ópera é um gênero do passado”.
— A ópera ainda é popular. As pessoas fazem fila. Vamos atrair muito público. O Brasil virou uma potência e não tem um grande teatro de ópera. É um absurdo, porque todos os países ricos têm vários. E é bom lembrar que uma ópera envolve trabalho de cerca de 300 pessoas. Então, o Theatro Municipal será uma grande fábrica de empregos para atores, músicos, bailarinos, maquiadores, serralheiros, técnicos de palco, iluminadores e tantos outros profissionais das artes. O Colón de Buenos Aires tem uma ‘cidade’ abaixo dele. Queremos fazer do Theatro Municipal algo parecido: uma ‘cidade’ de excelência.
O maestro e diretor artístico anunciou sete óperas para a temporada 2013, duas no primeiro semestre e cinco para o segundo semestre, com “50% do elenco de brasileiros de grande nível de qualidade”. E ainda prometeu democratizar o acesso da população aos espetáculos.
— Sou contra espetáculo gratuito, porque desvaloriza o artista em si. Mas também sou contrário a espetáculos caros.
O sonho de Neschling é fazer do espaço “o grande espetáculo da cidade”.
— O Theatro Municipal vai irradiar cultura e iluminar São Paulo. Será motivo de orgulho para cada paulistano.
Só a Orquestra Sinfônica Municipal tem 116 músicos. O Coral Lírico tem 84 cantores. Já o Coral Paulistano, 29. O Balé da Cidade é composto por 37 bailarinos, enquanto a Orquestra Experimental de Repertório tem 96 músicos, e o Quarteto de Cordas, quatro integrantes.
Veja aqui a nova programação do Theatro Municipal para 2013
O secretário Juca Ferreira reiterou “a ideia de fazer desta casa uma referência ainda maior para o Brasil” e prometeu dar condições aos funcionários de realizarem trabalho de excelência.
— A qualidade do Theatro Municipal contribui para o fortalecimento do centro de São Paulo.

A partir da esq.: José Luiz Herencia, Juca Ferreira e John Neschling – Foto: Sylvi Masini/Divulgação
Transferência do administrativo
O diretor geral, Herencia, afirmou que negociará com os funcionários atuais para rever a situação administrativa de muitos deles, já que há distintos contratos dos funcionários. Ele ainda prometeu “dialogar com a imprensa e a sociedade”.
— Herdamos uma fundação com problemas históricos. Temos corpos artísticos concursados, efetivados, contratados provisoriamente… Vimos que nossos corpos estáveis são instáveis. Fizemos questão de manter a equipe que encontramos, mas vamos buscar uma solução definitiva para este problema.
Ele também anunciou que a parte administrativa, que funcionava nos andares superiores do Theatro Municipal, será transferida para o novo prédio da Praça das Artes, na avenida São João.
— Um prédio como este tem de ser integralmente dedicado à atividade artística.
Banheiros dignos para artistas
O novo diretor anunciou que o vale-cultura do governo federal poderá ser usado para adquirir ingressos e também assinatura para as temporadas líricas do Theatro Municipal. E aproveitou para alfinetar a restauração do prédio, feita na gestão de Gilberto Kassab.
— A restauração foi feita só na área nobre, que o público e a imprensa vê. Os camarins são da década de 1980. E o elenco, muitas vezes de até 150 pessoas, só contava com um banheiro. Queremos elevar o patamar de dignidade para nossos artistas. Excelência começa no vaso sanitário, com um banheiro higienizado e limpo.
Veja aqui a nova programação do Theatro Municipal para 2013
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O Pedro Neschling é mesmo o rosto do pai! Tomara mesmo que essa gestão se torne uma fábrica de empregos. Mudando o assunto, ainda não vi minhas mensagens para O RETRATO DE BOB e CABARET.
Tal pai, tal filho, Felipe!
Que não seje só promessa né, Miguel? Igual que a maioria dos políticos promete depois a gente vê…………………………..NADA.