João Caldas faz livro com fotos históricas do teatro
Por Miguel Arcanjo Prado
Enquanto a TV e o cinema são ofícios que possuem farta documentação além do próprio registro audiovisual, o registro da arte efêmera do teatro brasileiro ainda é feito por homens obsessivos com sua missão de deixar algo para as gerações que virão. Não fossem eles, nosso teatro se perderia no tempo.
Um dos grandes nomes deste digno ofício é João Caldas, que resolveu celebrar os 30 anos de carreira na fotografia teatral com o livro Teatros, que será lançado na noite desta terça (26), no Espaço Porto Seguro, em São Paulo.
Requisitado pelas estrelas dos palcos, o moço que é formado em engenharia (Faap) e cinema (ECA-USP). Experiente, acumula fotos de 700 espetáculos no currículo.
Por isso, sofreu um bocado para selecionar as 123 imagens que compõem o livro.
Folhear a obra é mergulhar na história do teatro brasileiro desde a década de 80 até os dias atuais. Apesar de o recorte ser mais forte nos últimos anos, há imagens históricas e tocantes de nomes como Paulo Autran, Fernanda Montenegro, Bibi Ferreira, Raul Cortez, Cleyde Yáconis e Tonia Carrero.
Por isso, o livro de João Caldas é obrigatório a qualquer pessoa que admire nosso teatro.
A obra começa do início: com a primeira foto teatral de João Caldas, da peça Clara Crocodilo, que trazia provocativos atores semi-despidos na época do desbunde transgressor. A última imagem é enternecedora: Paulo Autran tirando uma soneca no cenário de Visitando o Sr. Green, pouco antes de a sessão começar. Entre essas duas fotos, muita história e vida nos palcos.
A atriz Ligia Cortez, que escreveu texto para o livro, fez uma definição simples e certeira do artista da imagem João Caldas, que “cria no escuro, no avesso da luz”.
Teatros, por João Caldas
Avaliação: Muito bom
Lançamento do livro
Quando: Terça-feira (25/2/2013), das 19h às 23h.
Onde: Espaço Cultural Porto Seguro (av. Rio Branco, 1.489 – Campos Elíseos, São Paulo)
Quanto: R$ 70
Classificação etária: livre
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É interessante preservar a memória teatral, até para entender a conjuntura sociopolítica de cada época e seus reflexos nas artes.