Ditadura militar é tema de peça na zona leste de SP
Por Miguel Arcanjo Prado
Enquanto o cantor Lobão sai por aí falando mal de colegas e defendo militares, além de culpar a esquerda pela feroz ditadura que assolou o Brasil entre 1964 e 1985, tudo para promover seu livro, outros artistas preferem tocar no tema de forma mais sensata e responsável.
Este é o caso da peça Os Filhos da Dita, espetáculo de Éjo de Rocha Miranda e Ana Maria Quintal com o Grupo de Teatro Arlequins.
Resultado de ampla pesquisa, a obra tenta construir uma ponte entre os anos de chumbo e a formação do Brasil contemporâneo. O grande achado é conseguir abordar um tema tão espinhoso de forma bem humorada.
A história recente do País é apresentada na obra como desdobramento não apenas da ditadura, mas, sobretudo, de um ano fatídico para a realidade nacional: o de 1968, aquele que o jornalista Zuenir Ventura alcunhou como sendo “o ano que não terminou”, em seu livro homônimo.
Basta lembrar que, repleto de agitação civil e militar, 1968 culminou com a promulgação do Ato Institucional n° 5, que cassou os direitos e as liberdades civis.
Segundo os meninos do Arlequins, grupo que tem 27 anos e já fez 11 espetáculos, é importante relembrar que a realidade democrática é fruto de árduo envolvimento político de jovens do passado, sobretudo diante da crise pela qual passa a contemporânea “juventude sem perspectiva”.
Sérgio Santiago assina a direção do espetáculo, que tem Ana Maria Quintal e Camila Scudeler no elenco.
Os Filhos da Dita
Quando: Sexta e sábado, 20h; domingo, 19h. 65 min. Até 2/6/2013
Onde: Teatro Teatro Zanoni Ferrite – Biblioteca Paulo Setúbal (avenida Renata, 163, Vila Formosa, São Paulo, tel. 0/xx/11 2216-1520)
Quanto: R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia-entrada)
Classificação etária: 14 anos
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Já tive de ler um livro sobre a ditadura por motivos acadêmicos e, definitivamente, foi um período lamentável na História brasileira.