Entrevista de Quinta: Thelmo Fernandes, teatro na contracorrente, mas a destino do sucesso
Por Nina Ramos, no Rio
Especial para o Atores & Bastidores*
O ator Thelmo Fernandes está feliz da vida. Além do sucesso como o vilão Jetur, na minissérie José do Egito (Record), ele acaba de ser indicado ao Prêmio Shell de Teatro, por sua atuação no espetáculo A Arte da Comédia.
E a alegria foi em dose dupla: Ricardo Blat, seu parceiro de cena, também foi indicado na mesma categoria, melhor ator, no Prêmio Shell referente ao primeiro semestre nos teatros cariocas. A atuação da dupla também rendeu menção em outro troféu, o Prêmio Cesgranrio, com os dois indicados também a melhor ator.
Com mais de 20 anos de carreira, o carioca de 46 anos já atuou em mais de 50 espetáculo. Já passou por mãos de grandes diretores, como Antonio Abujamra, Aderbal Freire Filho, João Fonseca, Enrique Diaz, Luiz Fernando Carvalho, José Padilha e Selton Mello.
Simpático, o ator conversou com o Atores & Bastidores do R7 nesta Entrevista de Quinta.
Leia com toda a calma do mundo.
Nina Ramos – Como recebeu a notícia sobre a indicação ao Shell?
Thelmo Fernandes – Bom, é minha segunda indicação para o Shell, a primeira foi com Gota D’água, em 2007, mas, foi como se tivesse sido indicado pela primeira vez. Fiquei numa felicidade absurda e emocionado, confesso que rolaram algumas lágrimas.
Qual é a importância desta indicação para você?
É muito importante neste momento da minha carreira e pelas apostas que venho fazendo ao longo dela. Venho de dois espetáculos seguidos de dois grandes autores clássicos: Tennessee Williams, Não sobre Rouxinóis, e Eduardo de Felippo, A Arte da Comédia. São apostas que vão contra a corrente, por exemplo, das comédias e musicai. E ser lembrado com uma indicação me confirma que estou trilhando o caminho certo e que vale a pena persistir.
A Arte da Comédia vai marcar sua carreira?
Tenho um carinho absurdo por esta montagem! É tão bacana como tudo aconteceu. Sergio Modena, nosso querido diretor, me convidou para o espetáculo quando eu estava envolvido com outra produção, porém não pude seguir adiante nesta devido às gravações de José do Egito. Um dia, resolvi ligar pro Serginho e dizer que estava disponível, mas tinha certeza que ele já teria achado outro ator, mas liguei assim mesmo e, para minha sorte, ele não havia chamado ninguém, ou seja, o destino conspirou a meu favor!
Como foram os trabalhos?
Foi um processo de trabalho maravilhoso. Tanto a direção quanto a equipe de produção souberam conduzir tudo com extrema competência e delicadeza e o resultado aparece em cena. Temos um ditado que diz: teatro só acontece com coxia boa, definitivamente nossa coxia é ótima.
Ricardo Blat, seu parceiro de cena, também recebeu uma indicação na mesma categoria. Como é “disputar” os prêmios com ele?
Maravilhoso! Ricardo Blat é um monstro, um ator extraordinário, além de querido parceiro de cena. Aprendo diariamente com ele. O fato de termos sido indicados pelo mesmo espetáculo comprova que o jogo, a magia do teatro está acontecendo plenamente neste espetáculo. Isso em si já é um prêmio para nós. Já ganhamos essa “disputa”.
Para você, qual é a principal mensagem que a peça transmite?
Acho que é o poder transformador e apaixonante do teatro.
Vocês continuam em cartaz?
Sim. Faremos um espetáculo dia 18 de Julho no Sesc Teresópolis [RJ], pelo Festival de Inverno do Sesc e, a partir de 27 de julho, estaremos em cartaz no Teatro Carlos Gomes, no Rio.
*Nina Ramos é jornalista.
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