Teatro do Abandono estreia primeira peça em SP
Por Miguel Arcanjo Prado
Durante oito meses, um grupo de artistas jovens de São Paulo se reuniu para discutir o abandono. No processo, tiveram papel crucial os livros Diálogo com os Mortos, do filósofo romano Luciano Di Samósata, e Bem-vindo ao Deserto do Real, do filósofo esloveno Slavoj Zizek.
Das inquietações, nasceu a vontade de formar o Teatro do Abandono.
De cara, foram contemplados pelo programa ProAC Primeiras obras e estreiam nos palcos de São Paulo nesta sexta (26), na Casa do Povo.
O lugar tem tudo a ver com o discurso da trupe. Um dos principais centros culturais paulistanos nos anos 1960 e 1970, o prédio se viu abandonado a partir da década de 1980 e, agora, tenta recuperar seus dias de glória apostando em uma programação incipiente e vibrante.
Juca Rodrigues assumiu a tarefa de juntar todos os anseios do coletivo no texto teatral Entre Ruínas Quase Nada. Filipe Brancalião pegou as rédeas da direção.
A peça ainda tem direção musical de Cristiano Gouveia, com música executada por Thaís Oliveira. Clau Carmo assina cenário e figurinos; Adriana Marques, a iluminação.
Os integrantes do Teatro do Abandono se conheceram nos corredores da SP Escola de Teatro, onde estudam diversas áreas teatrais. Dizem que querem “lançar um olhar para os diversos lugares abandonados pelo nosso olhar”.
Tais olhares ganham o corpo do elenco formado por Carol Carolina, Juliana Ostini, Maria Eugenia Pacheco, Paola Dourge e Tadeu Ibarra.
O grupo afirma que a peça reúne “histórias de ruínas não muito distantes de nós”. E que a obra “é um convite para acompanhar os escombros de um lugar abandonado, em que uma comuna de seres desistidos revela suas travessias, tragédias e desistência”.
Pelo jeito, a natureza vai colaborar para o clima de frieza crua da metrópole que pede a montagem. A previsão é de ar gélido nos próximos dias.
Entre Ruínas Quase Nada
Quando: Sexta e sábado, 20h; domingo, 19h. Estreia em 26/7/2013. 60 min. Até 8/9/2013
Onde: Casa do Povo (r. TrÊs Rios, 252, Bom Retiro, São Paulo, tel. 0/xx/11 9-7954-4345)
Quanto: pague quanto puder (como são apenas 20 lugares por sessão, os ingressos devem ser reservados por e-mail: [email protected])
Classificação etária: Livre
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Essa peça realmente é um trabalho conceitual, já começando pela escolha do local.