Luís Gustavo Luvizotto, o ator menino que navega no mar de possibilidades desta vida
Por Miguel Arcanjo Prado
Fotos de Bob Sousa
Luís Gustavo Luvizotto é o menino do interior que veio conquistar a cidade grande. O Muso do Teatro R7 tem 22 anos, é de Franca, filho caçula da funcionária pública Rosana Oliveira e do marceneiro Walter Luvizotto. É irmão da Fernanda.
A música foi a primeira parte da arte que o tocou. Foi bem cedo. Aos cinco anos, quando começou a fazer aula de violão.
O instrumento havia sido presente do padrinho, três anos antes. Teve de crescer um pouco para poder usá-lo.
Daí, não parou mais. Começou a cantarolar sem parar.
Com oito anos, ficou em segundo lugar no concurso A Mais Bela Voz Infantil de Franca. Dois anos depois, a glória: foi o primeiro colocado. Aprendeu a razão da persistência.
Mas a voz mudou na adolescência e ele ficou meio perdido. O teatro surgiu para ele se encontrar. Foi fazer aulas no Sesi, tinha apenas 12 anos.
Gostou do palco. Ficou até os 17 anos, quando prestou vestibular para artes cênicas na Universidade de São Paulo. Passou de cara. Num susto, tudo mudou.
Foi morar “na casa da mãe de uma amiga”. Coisa de quem chega à metrópole cinza. Porque era apegado à mãe, sofreu muito. “Ficar sem ela foi um choque”.
Com o tempo, o telefone resolveu parte do problema. E também tudo isso o fez perceber outro lado: “Veio a sensação de liberdade. De poder ver as coisas o meu jeito”.
Mesmo cursando a graduação em artes cênicas, quis fazer também a Escola de Arte Dramática, a tradicional EAD, de nível técnico, na USP também. Desdobrou-se nos dois cursos.
Não satisfeito, prestou também a Escola de Música Tom Jobim, em canto popular. Passou. E, ninguém explica como, tem dado conta de tudo.
— Tranquei as cênicas e fui fazer a Tom Jobim. Agora, terminei a EAD e devo voltar às cênicas. Eu quero ser ator e cantor. Quero ter a possibilidade de fazer os dois trabalhos.
No momento, está em seu quarto espetáculo paulistano, Cuidado: Garoto Apaixonado, com direção de Flávia Garrafa. Está em cartaz no Teatro Sérgio Cardoso (r. Rui Barbosa, 153; sábado, 19h, e domingo, 17h), em São Paulo.
Vai conhecendo aos poucos a turma do teatro, se misturando, fazendo amizades e contatos profissionais.
Participou também de Zucco, sua peça de formatura dirigida por José Fernando Azevedo, da montagem Sala de Espera, do diretor Thiago Franco Balieiro, e Máquina de Dar Certo, a ótima peça da Cia. Bruta de Arte dirigida por Roberto Audio.
No meio disso tudo, pensa em gravar um disco. Ainda não sabe de qual estilo será. Diz que gosta de muitos, afundado no mar de possibilidades.
— Não me sinto perdido. Estou na atividade o tempo todo e, graças a Deus, fazendo o que gosto. Acho que me falta tempo para focar em algumas coisas.
A família, em Franca, torce sempre, mas a cobrança também existe.
— Meus pais sempre me apoiaram, mas tem essa coisa de fazer algo que dê dinheiro primeiro e depois faz teatro. Minha mãe quer que eu faça direito. Mas, acho que não vou conseguir.
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As fotos ficaram bem naturais.
Felipe, mérito do nosso grande fotógrafo Bob Sousa! Ele é gênio!
O Luís Gustavo também ajudou, pois não é do tipo de ator que fica fazendo aquelas poses ensaiadas cafonas na hora da foto. Mas, obviamente, a experiência de alguém como Sousa se percebe de forma clara.