Conheça Eloisa Vitz, a atriz dona do próprio nariz
Por Miguel Arcanjo Prado
Fotos de Eduardo Enomoto
Eloisa Vitz é atriz e diretora. E uma das musas dos palcos de São Paulo. Paulistana nascida e criada no bairro Santana, na zona norte, ela agora mora em Pinheiros, na zona oeste. É a filha do meio, o “o recheio”, como prefere dizer do casal formado pelo advogado Aramando Fernandes e pela professora de yoga Ana Fernandes.
O sobrenome foi uma simplificação do Eloisa Cichowitz original, que usou durante muito tempo. Como ninguém acertava nem a escrita nem a pronúncia, resolveu facilitar as coisas para apenas Vitz.
Eloisa Vitz começou na vida artística cedo, aos 12 anos, tocando violão. “Achei que seria musicista”, conta, até que no fim da adolescência fez um curso de teatro. “Aí, o teatro virou prioridade”, diz, sorrindo.
Estudou primeiro no Macunaíma, depois prestou o vestibular da Escola de Arte Dramática da USP e entrou no mais tradicional curso teatral do País. “Era o máximo estudar na EAD. Foi a realização de um sonho”. Da mesma turma de nomes como Georgette Fadel e Caco Ciocler, Eloisa precisou abandonar o curso de letras da USP, onde estudava português e francês.
No meio tempo, entrou para o Grupo Tapa, por meio de Sandra Corveloni, a nossa melhor atriz no Festival de Cannes.
Sentindo falta de ter um diploma de curso superior – o da EAD é de nível técnico – entrou em uma faculdade de direito particular e se formou. Lá, criou o Grupo Gattu de teatro, no qual assumiu também a função de diretora. “O grupo começou em 2000, aos poucos fomos nos profissionalizando”. Com o grupo, fez quatro montagens de Nelson Rodrigues, o que faz dela a diretora brasileira que mais montou o dramaturgo.
Agora, Eloisa também está em A Baby Sitter, peça do Teatro do Incêndio em cartaz no Sesc Pinheiros. “O convite veio do Marcelo Marcus Fonseca [diretor do Teatro do Incêndio], que fez uma substituição em uma peça do Gattu e descobrimos uma química linda entre nós”.
Se diverte como atriz convidada em uma outra companhia. “Está sendo maravilhoso. O texto é surrealista, humano e divertido. Além disso, o Marcelo é muito inteligente e dedicado, assim como a Carol Marques, que também atua no elenco. É uma peça sofisticada e engraçadíssima”.
O enredo conta a história de um casal em crise após 13 anos de vida conjugal e que esperam a chegada da babá para saírem para um jantar.
Mesmo com a peça em cartaz, Eloisa, eleita pelos internautas Musa do Teatro R7, não tira o olho do Gattu. “A gente estreia no ano que vem uma comédia, um texto inédito, bem político”, adianta. “Estamos ensaiando em um espaço alternativo em Santana”. Eloisa volta às raízes, fazendo o que gosta. “Fazer teatro de grupo é uma batalha. Precisamos de aprovação de leis, não conseguimos Fomento. Você sabe, quando não tem lei nem fomento é um desespero total [risos]”.
Mas, sabe que esta é sua sina: o palco, com suas dores e delícias. “É muito difícil fazer teatro. É preciso ser apaixonada mesmo. Este ano foi uma prova de fogo para mim, mas a paixão, mais uma vez, superou as dificuldades”.
A Baby Sitter
Quando: sexta e sábado, 20h30. 60 min. Até 9/11/2013
Onde: Sesc Pinheiros (r. Paes Leme, 195, metrô Pinheiros, São Paulo, tel. 0/xx/11 3095-9400)
Quanto: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia-entrada)
Classificação etária: 14 anos
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