Esparrama faz peça de janela frente ao Minhocão
Por Miguel Arcanjo Prado
Os transeuntes que caminharem pelo Minhocão no centro de São Paulo aos domingos, entre os dias 17 de novembro e 15 de dezembro, terão uma surpresa.
Ao avistarem a janela do terceiro andar do Edifício São Benedito, localizado na rua Amaral Gurgel, 158, à margem do viaduto, verão cenas do espetáculo Esparrama pela Janela. Trata-se de uma inusitada intervenção cênica que será apresentada às 10h30 e às 14h30, cada sessão com 30 minutos de duração.
Diretor da trupe, Iarlei Rangel, conta ao Atores & Bastidores do R7 que metade do grupo mora no apartamento frente ao Minhocão. Daí veio a inspiração para a obra.
— A gente convive com essa loucura de trânsito e barulho infernal. E, ao mesmo tempo, trabalhamos com teatro. Sempre tivemos curiosidade com esse outro uso que a população faz do Minhocão à noite e aos domingos, quando ele é fechado e os pedestres aproveitam para fazer exercícios e outros usos do espaço. Quisemos intervir sobre isso e também mostrar a potencialidade do Minhocão como lugar público e de arte.
O grupo foi fundado em 2012, reunindo interesses em comum dos integrantes em dialogar com a cidade. Além de Rengel, também fazem parte Kleber Brianez, Ligia Campos e Rani Guerra, que integram o elenco.
— Eu sempre fiz teatro de rua, mas teve gente do grupo que trabalhou com teatro em hospitais por exemplo. Lidar a relação do teatro com a cidade faz parte de nossa ideologia.
O enredo construído pelo Grupo Esparrama apresenta um morador que não suporta mais viver de frente ao Minhocão. Afinal, o caos da cidade – barulho e poluição – entra cotidianamente em seu lar diariamente pela janela.
Cansado desta dureza, ele resolve dar poesia e humor à metrópole da janela de seu lar.
A cidade agradece.
Esparrama pela Janela
Quando: domingo, às 10h30 e 14h30. 30 min. De 17/11/2013 a 15/12/2013
Onde: Minhocão (Elevado Costa e Silva), trecho entre metrô Santa Cecília e rua da Consolação, centro, São Paulo
Quanto: grátis
Classificação etária: livre
Uma proposta criativa para humanizar a selva de pedra. Merece efusivos aplausos. Estão de parabéns!
Felipe, já morei bem próximo ao Minhocão. E sei que a dureza daquele espaço tão concreto e frio merece um pouco de poesia. Abraços!