Por Miguel Arcanjo Prado
Piva por Drummond
Marcelo Drummond, nosso grande artista do Teat(r)o Oficina, contou para a coluna que não quer saber de ansiedade neste feriado. Quer relaxar. É que ele apresenta em sessão única neste sábado (16) seu espetáculo Paranoia, construído a partir da poesia de Roberto Piva (1937-2010). Será na Praça das Artes, no centro de São Paulo. A trilha original é obra de Zé Pi, Meno del Pichia e Gui Calzavara e será feita ao vivo.
“Morreu e não viu”
À coluna, Drummond conta um detalhe curioso da montagem: Piva a autorizou, mas, infelizmente, não conseguiu vê-la. “Li Paranoia num jantar na minha casa e achei que era possível fazer alguma coisa. O Zé Celso, que conheceu o Piva ainda em Araraquara e sempre manteve contato, falou pra ele que eu ia fazer Paranoia, logo depois ele foi internado e o Zé, que estava viajando, pediu pra eu ir vê-lo. E o Piva, muito feliz com a ideia, disse que queria ver; morreu e não viu”.
Stand-up ou poesia?
O ator e diretor agora que espalhar a poesia do amigo pela cidade. “A minha expectativa é que conheçam mais a poesia dele. Os atores mais antigos sempre faziam espetáculos de poesias, hoje em dia estão mais pra stand-up, mas eu ainda prefiro poesia”, afirma.
Som ao fundo
Sobre o novo espaço cultural onde vai se apresentar, Marcelo Drummond diz que é “um lugar bem bacana”. E que São Paulo precisa conhecê-lo. “Eu não conhecia o prédio, só o espaço embaixo. Vamos fazer no restaurante que ainda não funciona e é um espaço incrível; tem uma sala de concertos pequena linda, ao lado uma escola de dança e música onde estudam mais de mil pessoas. Ensaiando, ouço vários instrumentos tocando”, conta.
0800
A entrada para Paranoia é gratuita e os ingressos podem ser retirados a partir das 18h na recepção da Praça das Artes. A entrada será liberada às 19h. O espetáculo terá início às 20h. O endereço é av. São João, 281.
Reclame
Paulinho Faria, ator querido da coluna, pede para avisar que a Cia. Contraponto também participa das Satyrianas. Ele convida a todos a aparecerem por lá, na Vila Madalena, a partir das 16 desta sexta (15). Aqui você sabe tudo diretinho.
Nascimento
Marcio Tito Pellegrini, nosso jovem artista cheio de ideias na cuca, manda avisar que vai fazer nascer algo novo neste domingo (17), às 21h, na Casa Livre, perto do metrô Marechal, dentro das Satyrianas. Quem quiser saber que filho é este tem de ir.
Vamos ocupar!
Roberto Audio, o diretor e ator do Teatro da Vertigem, levará seus alunos e os meninos da Cia. Bruta de Arte para fazer uma performance na Roosevelt, neste sábado (16), às 22h. O nome é EuPresente. “As Satyrianas é um evento que além de gerar um espaço de troca para novos experimentos e reunir um grupo grande de artistas e suas manifestações, traz para a população a oportunidade de um mergulho artístico de 78 horas. É uma atitude de ocupação. E se tornou tão importante pra SP que acredito que poderia acontecer também em outros bairros da cidade e em diferentes épocas do ano”, diz Audio.
Saia de casa!
Falando em Satyrianas, é tanta coisa que está acontecendo na praca Roosevelt, que a coluna resolveu não contar mais nada. É melhor você correr diretamente para lá, pegar uma programação e escolher o que fazer. Corra! Ah, não esquece que tem bate-papo com este vosso escriba e Bob Sousa às 18h no Satyros Um nesta sexta (15). Vai, gente…
TsuNany
Nany People, nossa querida, faz sessão de seu solo Tsunany nesta sexta (15), 21h30, no Teatro Santo Agostinho. Vai abalar.
Planalto Central
Quanto Custa?, de Pedro Granato, faz sucesso no CCBB de Brasília. O que será que os políticos acham do espetáculo? Será que vestem a carapuça?
Tellé e Zé
Tellé Cadim, a jornalista e musa dos festivais da Record nos anso 1960, foi ver Cacilda!!! – Glória no TBC – Capítulo 1, que encerrou temporada na última segunda (11) no Oficina. Zé Celso a recebeu com um forte abraço e falou: “É, Tellé, você estava lá”. A coluna foi testemunha.
Tellé e Zé 2
Tellé chegou a fazer teatro com Zé Celso no começo do Oficina, há 50 anos. Além disso, como jornalista, cobriu a internação e a morte de Cacilda Becker. O que Tellé não viu e não sabe?
Bob na mídia
O teatro brasileiro caiu fulminado de alegria ao ler a coluna da jornalista Mônica Bergamo na Folha desta quinta (14). A foto gigante de abertura era a de um narigudo Zé Celso, feita por Bob Sousa, a quem o diretor chamou de “Dante Alighieri da fotografia”. Quer mais? O livro Retratos do Teatro, onde o retrato está, bem como o depoimento de Zé Celso, será lançado no próximo dia 27 de novembro, em São Paulo.
Garimpo
Os números do livro do Bob são de deixar qualquer um boquiaberto. São 164 retratos de artistas e profissionais que atuam hoje nos palcos de São Paulo. É resultado de trabalho árduo de pesquisa ao longo de quatro anos, período em que o nosso fotógrafo acompanhou 300 espetáculos. Ao todo, são 240 páginas, pela Editora Unesp. Tem gente por aí com comichão para saber se está em alguma delas. Quem viver verá.
Depoimentos
A coluna descobriu que nomes tarimbados do teatro paulistano escreveram texto para o livro. Além de Zé Celso, também falaram sobre a arte de Bob gente como Alexandre Mate, Ivam Cabral, João Caldas e Oscar D’Ambrósio. Só a fina flor…
Foco no ser
Sobre o trabalho de Bob, Alexandre Mate, o grande pesquisador teatral da Unesp que também é colunista do nosso blog, decreta: “Bob Sousa, teimosamente, parece preferir o ser à cena. Escolheu os sujeitos da criação, despidos das espetacularizações artificiais do glamour, para povoarem as páginas de seu primeiro livro”.
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