Por Miguel Arcanjo Prado
Bom, agora que a ressaca já passou é hora de lembrar coisas bacanas que rolaram nas Satyrianas 2013. Uma dos charmes que marcaram o evento que recheou a praça Roosevelt, no centro paulistano, entre 14 e 17 de novembro com 78 horas de arte ininterruptas, foi mais uma edição da série selinhos, nas quais os artistas se beijam contra o preconceito. O projeto é idealizado por Fábio Penna e André Stefano. A atriz Maria Casadevall, que virou um rosto conhecido da TV nos últimos tempos, mas sempre fez parte da turma teatral, foi um dos destaques nas bitocas. Veja, aí abaixo. E ainda veja a galeria com os melhores momentos do evento pelo fotógrafo André Stefano.
Veja outras imagens marcantes das Satyrianas!
Veja as fotos que Bob Sousa fez durante o evento!
Como sempre, as Satyrianas foram espaços para dramaturgos consagrados, como Lauro César Muniz, e também jovens talentos apresentarem ao público seus novos projetos. Nas AutoPeças, que se passaram dentro de carros, chamou a atenção o texto Noir, do autor gaúcho Afonso Lima. Ele usou como inspiração o clássico Acossado, de Godard e impactou a plateia. Ainda da nova safra de bons textos teatrais está Contra o Jazz, peça de Viviane Roesil com pegada pop e cheia de ironia das mais perspicazes. A peça da moça parece uma mistura de Almodóvar e Tarantino. Foi apresentada dentro do projeto Ouvir Contar, em um apartamento na praça, com direção de Victor Hugo Valois.
Também se destacou Otto, do jovem Marco Keppler – que é sobrinho do dramaturgo Franz Keppler. Ele provou que o talento para a escrita teatral está no sangue da família, com uma sufocante peça sobre um psicopata que não quer se revelar a si mesmo. A obra, apresentada no banheiro do subsolo da SP Escola de Teatro com inventiva direção de Aline Negra Silva, causou frisson.
Uma mulher se oferece para lavar os pés do público. Esta era uma das cenas de Iracema, uma performance de 48 horas no ônibus da trupe Sinhá Zózima, instalado na praça Roosevelt. Uma das coisas mais interessantes do festival. A atriz Luciana Ramin recebeu o público no veículo e disse com propriedade o texto de Élida de Almeida com encenação de Anderson Maurício. Na pele de uma usuária de crack, ela envolveu e comoveu a plateia com sua história cheia de poesia. Aliás, coisa comum nas montagens do grupo, que sabe encher de vida colorida a crueza do cinza urbano.
A festa terminou com o show Podem Vaiar Agora!. Com o nome sugere, uma apresentação despretensiosa, sob comando de Thiago Mendonça. O ator remontou uma banda de garagem tal qual a extinta Aborto Elétrico de Renato Russo e entoou os sucessos do líder da Legião Urbana, a quem interpretou no cinema. Pena que o show, no fim da noite de domingo, durou tão pouco. Foi sujo, underground, frenético e, antes de tudo, a cara das Satyrianas. Quem viu cantou e aplaudiu.
Veja mais fotos das Satyrianas 2013 por André Stefano!
Curta nossa página no Facebook!
Leia também:
Fique por dentro do que rola no mundo teatral