Morre Fauzi Arap aos 75 anos em SP – “Ele se preparou e morreu sereno”, diz sobrinho
Por Miguel Arcanjo Prado
Será velado na noite desta quinta (5) na Catedral Ortodoxa do bairro do Paraíso, em São Paulo, o corpo do diretor, dramaturgo e ator Fauzi Arap.
Ele morreu em casa, na capital paulista, aos 75 anos, na madrugada desta quinta, segundo divulgou o site da SP Escola de Teatro, ligada ao governo estadual paulista. O artista sofria de câncer na bexiga.
O enterro do corpo será nesta sexta (6), às 11h, no Cemitério São Paulo, em Pinheiros, na zona oeste.
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O R7 conversou com Fábio Atui, sobrinho de Fauzi Arap que é médico e cuidou do familiar. Segundo ele, a partida do tio foi do modo como ele queria.
– Ele morreu sereno e viveu a vida como ele quis. Ele se preparou para este momento. Ele detestava as coisas materiais e arrumou tudo para partir.
Crítico teatral e ex-presidente da APCA, Aguinaldo Cristófani Ribeiro da Cunha afirmou que ficou “profundamente chocado” com a morte de Arap. Ele conheceu o diretor por meio de sua prima, Myriam Muniz.
– É uma perda enorme para o teatro brasileiro, por seu talento e postura como homem de teatro. Perda irrecuperável para nós, seus amigos. Seu teatro era autoral, personalíssimo, desde sempre.
Claudia Mello, que está em cartaz na obra Chorinho, dirigida e escrita por Arap, ao lado de Denise Fraga, falou, emocionada ao R7. A atriz era amiga do diretor havia mais de 40 anos.
– Ele deixa uma contribuição incrível ao teatro brasileiro. Ele uniu estética e ética. Ele tinha uma sensibilidade única e revolucionou a forma de se fazer teatro. Eu sempre ia visitá-lo.
Claudia Mello revelou que ela e Denise Fraga irão homenagear Fauzi Arap em Brasília, neste fim de semana, onde apresentam Chorinho no Teatro Brasil 21 Cultural, de sexta (6) a domingo (8). Ela ainda contou que planejava com Denise Fraga montar um novo texto de Arap, Doutor, Eu Quero Alta, em 2014.
Homem do teatro
Arap integrou o Teatro Oficina no começo do grupo, ao lado de José Celso Martinez Corrêa. Ganhou o Prêmio Saci, oferecido pelo jornal O Estado de S. Paulo, e também o Prêmio Governador do Estado, como melhor ator coadjuvante na peça A Vida Impressa em Dólar, de 1961.
Natural de São Paulo, onde nasceu em 1938, Arap era engenheiro civil pela USP (Universidade de São Paulo). Ele também trabalhou no Teatro de Arena.
Como diretor, apresentou textos de autores que se consagrariam mais tarde, como Plínio Marcos e Antônio Bivar. Em 1971, dirigiu Maria Bethânia no show Rosa dos Ventos. Recentemente, escreveu e dirigiu a peça Chorinho, que estreou em 2007 com Claudia Mello e Caio Blat, depois substituído por Denise Fraga no elenco.
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– É uma perda enorme para o teatro brasileiro, por seu talento e postura como homem de teatro. Perda irrecuperável para nós, seus amigos. Estou profundamente chocado. Seu teatro era autoral, personalíssimo, desde sempre.
Curto muito o trabalho de Caio Blat. Ele é um dos melhores de sua geração, sem qualquer dúvida. E é um ator versátil, pois faz papeis tão dóceis nas telenovelas que levei um susto ao vê-lo em personagens marginais em obras cinematográficas!
Que Fauzi Arap descanse em paz!