Nelson Mandela mostrou ao mundo que sonho de igualdade entre homens é única verdade possível
Por Miguel Arcanjo Prado
Como, um dia, negros e brancos foram separados por leis racistas? A pergunta, esperamos todos, deverá surgir com ar de espanto em uma criança no futuro, sem entender como as coisas já foram tão cruéis e estúpidas neste mundo.
E, quem quer que responda ao questionamento, terá de mencionar um homem que, em meio a um cenário tão hostil ao seu redor, dedicou sua vida a simplesmente acreditar que negros e brancos são iguais.
Homem que ensinou ao mundo que todos, independentemente de etnia, somos apenas seres humanos. E que qualquer tipo de segregação racial é um torpe crime contra a humanidade. O nome deste homem é Nelson Mandela, que o mundo perdeu nesta quinta-feira (5), aos 95 anos.
Foi por meio de Mandela e sua luta, mesmo feita em grande parte de dentro de uma prisão, que o mundo soube do horror do apartheid, o regime racista da África do Sul que instaurou uma barreira de privilégios para brancos em detrimento de negros oprimidos entre 1948 e 1994 – sim, é absurdo que tenha durado até tão pouco tempo atrás.
A trajetória de Mandela é em si só uma vitória. Oriundo de família simples, foi o primeiro a estudar na sua casa. E não fez feio. Formou-se advogado e logo viu que seu caminho era o luta por igualdade. E por ela pagou preço caro: sua própria liberdade, amargando 27 anos na cadeia após ter sido preso em uma manifestação contra o apartheid.
Mas o homem que deu sua liberdade por conta do sonho de igualdade, jamais desistiu. Com sua obstinação e carisma, convenceu o mundo inteiro de que o seu sonho era a única verdade possível para a África do Sul: um lugar onde negros e brancos pudessem conviver de forma igualitária e em paz. Porque as coisas devem ser assim.
Tal qual sonhou também o mártir norte-americano Martin Luther King, assassinado por conta da luta contra o racismo nos EUA, Mandela inspirou gente no mundo todo – no Brasil foi cantado pelo Olodum. E, ao contrário do norte-americano, pôde viver para ver seu desejo se tornar realidade.
Da prisão foi para o posto de presidente de seu País, elevado de condição de vergonha mundial para o posto de mais próspero país africano e que recebeu a última Copa do Mundo, quando fez sua última aparição pública.
Mandela se vai, mas nos deixa intocadas sua garra, sua obstinação, seu exemplo, sua vida. Vida esta que o fez um dos grandes nomes da humanidade. Que o futuro saiba respeitar e propagar seu legado de igualdade.
Salve, Mandela!
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Descanse em paz, Nelson Mandela, figura mais do que emblemática na luta pela igualdade racial!
Mudando de assunto, hoje me recordei que dia 3 foi seu aniversário. Parabéns, Miguelito! Tudo de bom! Muita paz, muita luz, muita saúde, muitas bênçãos de Deus e muita proteção espiritual, muitos êxitos e muitas peças de teatro (boas, obviamente)!