Domingou – A nossa Cléo De Páris
Por Miguel Arcanjo Prado
Foto de Bob Sousa
Cléo De Páris é nossa. É atriz. É gente. É do teatro. É a musa indiscutível da praça Roosevelt. Lugar onde pode simplesmente ser.
Cléo De Páris é a moça bonita, de olhos azuis profundos em vez dos pretinhos básicos, por quem todos nos apaixonamos naquela noite triste em que resolvemos ver aquela peça do submundo. Aquela peça cheia de gente cheia de sonhos na cidade cinza e cruel. Gente que tentava apenas sobreviver com um suspiro de arte. Como os olhos de Cléo.
Cléo De Páris não precisa de indicações a prêmios. Nem de menções honrosas. Porque é maior do que tudo isso. Quem a viu cantando Evidências, em Édipo na Praça, de seu grupo Satyros, desafinada e artisticamente poética, com uma latinha de Skol na mão, em meio a uma luz vermelha no centro da praça, sabe. Talvez, a cena mais linda do teatro de todo o ano.
Cléo De Páris não precisa do reconhecimento mundano. Porque a gente não duvida jamais da artista que ela é, com todas as delícias e tormentas que isso carrega. Ela se entregou à arte sem culpa, porque sabia que sua sina era esta.
Cléo De Páris também é mulher. Sofre, se apaixona, beija, sonha; se expõe, se entrega. “Quem nunca?” E todos nós a vemos, a embalamos, a conquistamos, a cuidamos. Cada qual do nosso jeito, da nossa forma.
Porque Cléo De Páris é nossa, de quem tem olhos para ver.
*Miguel Arcanjo Prado é jornalista e gosta de ver Cléo no palco e na vida. A coluna Domingou, uma crônica semanal, é publicada todo domingo no blog Atores & Bastidores do R7.
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“Talvez, a cena mais linda do teatro de todo o ano.” Nossa, está com cartaz a Cléo!