Em 13 dias de festa nos palcos, Festival de Teatro de Curitiba terá 450 peças, das quais 66 grátis
Por MIGUEL ARCANJO PRADO
Fotos de BOB SOUSA e DANIEL SORRENTINO
Artistas de todos os cantos do País rumam para Curitiba a partir desta semana. O motivo da peregrinação é um só: fazer parte do maior evento das artes cênicas do Brasil. Afinal, ser visto na maior vitrine do teatro nacional pode representar tempos novos na vida de uma companhia.
Começa nesta terça (25) a 23ª edição do Festival de Teatro de Curitiba, com a estreia da obra chilena El Hombre Venido de Ninguna Parte, a partir das 19h, no Expo Renault Barigüi.
Tentar ganhar destaque em sua programação é tarefa árdua. Afinal, até o dia 6 de abril, o maior evento das artes cênicas no Brasil vai apresentar 450 espetáculos em 65 espaços da capital paranaense.
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Mas olhos não faltarão: só de jornalistas credenciados são mais de 60, fora os 25 diretores de festivais internacionais e seis olheiros de emissoras de TV que já confirmaram presença.
Dezenove Estados brasileiros mandaram representantes. Outros quatro países também participam com produções internacionais. São mais de 430 diferentes grupos teatrais, o que reflete a farta produção cênica no Brasil contemporâneo.
Se os R$ 60 da inteira para os 35 espetáculos da Mostra Oficial podem ser pesado para o bolso de muitos, o evento terá 66 espetáculos gratuitos, dos quais 56 serão nas ruas e praças de Curitiba. A rua vai abrigar importantes obras, como O Gigante da Montanha, do grupo Galpão, ou El Hombre Venido de Ninguna Parte, da companhia chilena Gran Reyneta. Na programação em teatros, há sucessos nacionais como Bichado e Cais – Ou da Indiferença das Embarcações, e também internacionais como o inglês The Rape of Lucrece.
Panorama do teatro nacional
O criador e diretor do evento, Leandro Knopfholz, diz que o objetivo segue sendo “traçar um panorama do que está acontecendo no teatro brasileiro”. Ele revela que o orçamento do festival é de R$ 6,5 milhões, mas que o valor seria bem maior se ele e sua equipe não corressem atrás de parcerias.
Para ele, o festival dialoga com o mundo, com as companhias estáveis brasileiras e mesmo com espetáculos baseados em experiências pessoas de artistas. E seu principal objetivo segue sendo agradar o público. O evento, em sua última edição, levou 220 mil pessoas ao teatro, o que faz dele o maior do País em sua área de atuação.
A importância e repercussão do evento é sabida pelos artistas. A atriz Einat Falbel e o diretor Zé Henrique de Paula, da peça Bichado, do Núcleo Experimental, que integra a programação da Mostra Oficial, contam ao R7 que o grupo comemora a ida para Curitiba.
Zé Henrique de Paula, que está em Londres e não poderá acompanhar de perto o Festival, revela que é “uma oportunidade única” estar com sua peça “de diálogos rápidos e afiados carregados de humor negro, muitas vezes sarcástico”. E espera que a obra conquiste os curitibanos.
Einat lembra que já esteve no evento, no Fringe, com o Grupo Tapa.
— Era uma peça chamada Moço em Estado de Sítio, sob a direção de Eduardo Tolentino. Lembro que foi incrível para o grupo, que tivemos uma troca com outros grupos do Brasil e que foi um experiência muito enriquecedora para todos.
Fringe tem de tudo
O Fringe, a grande mostra paralela do Festival de Teatro de Curitiba que recebe qualquer artista que queria entrar na festa cênica desde 1998, está maior do que nunca em 2014: tem mais de 400 peças na sua programação. Ele é inspirado no Festival Internacional de Edimburgo, que existe na Escócia desde 1947, que é referência mundial. No Fringe, além dos brasileiros, há grupos da Argentina, de Moçambique e do Paraguai.
Como forma de se destacar na multidão, algumas companhias se uniram em mostras especiais: “Coletivos de Pequenos Conteúdos, Espírito Santo em Cena, Mostra Internacional de Solos (MIS), Mostra Ademar Guerra [com espetáculos paulistas], Mostra Ateliê de Histórias, Mostra Ave Lola, Mostra Baiana, Mostra Novos Repertórios, Mostra Sesi Dramaturgia, Mostra Seu Nariz e Mostra Sonora Cena.
Com o objetivo de ampliar os horizontes, o festival mantêm este ano outras mostras especiais: o Risorama, sucesso de público com espetáculos do gênero stand-up e humor de personagens, Mish Mash, que engloba números de magia e circo, o Guritiba, com programação variada de teatro infantil, e o Gastronomix, a feira gastronômica que ocorre durante o festival e que reúne chefs de restaurantes estrelados no Brasil. Além de tudo isso, dez eventos especiais, como bate-papos e lançamentos de livros, integram a programação.
Conheça a programação do 23º Festival de Teatro de Curitiba!
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