Por MIGUEL ARCANJO PRADO
Ney e Shakespeare
Ney Matogrosso, nosso grande artista, posou com o ator Tiago Martelli para o fotógrafo carioca Sergio Santoian, para o Ophelia Project. A ideia é abusar da criatividade para recriar a morte de Ofélia, da peça Hamlet, de William Shakespeare. Sempre em cenários naturais. A ambientação escolhida para Ney e Tiago foi a praia dos Amores, no Rio. Além de livro, o projeto também vai virar uma peça a ser encenada até o fim do ano. Também já fotografaram Erom Cordeiro, Alexandre Nero, Angela Dip, Charles Fricks e Marcia Nemer. Coisa fina…
Nova casa
Lee Taylor, querido da coluna, acaba de fechar parceria com a Unesp (Universidade Estadual Paulista) para sediar seu NAC (Núcleo de Artes Cênicas). E já está com inscrições abertas. Ele segue em cartaz com a peça Lilith S.A., no Sesc Consolação, em São Paulo, que dirigiu a quatro mãos com Luiz Claudio Cândido. Leia entrevista com a dupla.
Comunistas?
Os diretores André Abujamra e Miguel Hernandez acreditam que o título da peça A História do Comunismo Contada aos Doentes Mentais vai ajudar a chamar público para a montagem. Ela estreia nesta sexta (28), no Teatro Cacilda Becker, em São Paulo. É a primeira vez que o texto do romeno radicado na França Matéi Visniec é encenado no País. Hernandez revela que “todos que ouvem o nome do espetáculo ficam curiosos para saber do que se trata. Comunismo e doença mental são termos muito fortes. Na mesma frase, as duas expressões criam um impacto ainda maior”. É verdade.
Stalinistas?
O enredo da obra da Cia. Anjos Pornográficos se passa na Moscou que acaba de ver a morte do ditador Stálin. A peça aborda não só a ideologia comunista como também o tema dos hospitais psiquiátricos. Apesar da dureza dos assuntos, é uma comédia de fina e ácida ironia.
Reforma agrária?
Um verdadeiro acampamento de nomes tarimbados está na coxia da obra: Wagner Freire assina a luz; já André Cortez é responsável pelo cenário. Compõem o numero elenco Alexandre Paes Leme, Camila Velluto, Cassio Prado, Fernanda Oliveira, João Carlos Mattos, Jonathan Natalício, Juliane Arguello, Leonardo Vaz, Ludmila Corrêa, Marcus Veríssimo, Mariana Barbosa, Marieli Goergen, Pipo Beloni, Priscila Dieminger, Rafael Simões, Valdano Souza e Victoria Moliterno. Ufa.
Discurso polêmico?
Miguel Hernandez diz que a mensagem que eles querem transmitir ao público é simples: “O homem precisa de utopias e que elas não morreram com o fim do comunismo. Falar em ideais como o bem comum e a valorização do ser humano é mais do que necessário numa época que não acredita mais na coletividade. Há um individualismo exacerbado e o mercado é que dita as leis. Somos escravizados pelo dinheiro”. Vai ter gente que vai adorar o discurso, enquanto outros vão falar mal pelas costas…
Dever de casa
Além de palestras com militantes antimanicomiais e com vítimas de perseguição na ditadura militar, a turma da Cia. Anjo Pornográfico ficou um semestre estudando o comunismo a fundo. Leram de O Manifesto Comunista, de Marx e Engels, a O Livro Vermelho de Mao Tsé-Tung. A coluna faz questão de ressaltar que ninguém no grupo come criancinhas. Do jeito que o mundo anda, é bem capaz de ter gente que ainda acredita nisso…
Serviço
Ah, a peça A História do Comunismo Contada aos Doentes Mentais fica no Teatro Cacilda Becker (r. Tito, 295, Lapa) até 27 de abril. Sexta e sábado, 21h, domingo, 19h. O ingressó é baratíssimo: R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia-entrada). Estão todos convidados.
Gente jovem reunida
Termina neste fim de semana em Belo Horizonte o Acto3! – Encontro de Teatro. O evento é promovido pelo mineiro Grupo Espanca!. Além deles, também participam os curitibanos da Cia. Brasileira, os paulistanos do Grupo XIX de Teatro e os pernambucanos do Grupo Magiluth. Isso é praticamente uma gangue teatral. Das boas.
Gente jovem reunida 2
Marcelo Castro e Gustavo Bones, do Espanca!, vibram com o sucesso da terceira edição do encontro. “O Acto! Encontro de Teatro é fruto do desejo de radicalizar o intercâmbio e a colaboração na criação; de transformação a partir da troca; de criar um intercâmbio que identifique, diferencie e reinvente seus convidados e pessoas interessadas em participar deste encontro”, diz Bones à coluna. Já Castro, por sua vez, afirma que o evento “por meio de apresentações de espetáculos, demonstrações de trabalho e conversas entre amigos, alia prática, teoria e reflexão criando um espaço rico de trocas de impressões sobre o teatro, o mundo e sobre nós mesmos”. Recado dado.
Diversidade
A atriz Angela Figueiredo faz seu primeiro personagem homesseuxal na vida em As Moças. Estreia no dia 2 de abril no Espaço dos Parlapatões, em São Paulo. André Garolli dirige. Ela faz par com a atriz Fernanda Cunha. O texto é de Isabel Câmara. Conta a história de um amor turbulento entre uma jornalista e uma atriz.
Brecht no Tusp
O Programa de Leituras Públicas do Núcleo de Experiência e Apreciação Teatral do Tusp apresenta a série Brecht contra a Pátria em seu 11º ciclo de leituras. Serão nove textos do dramaturgo alemão, feitos em época de resistência ao nazismo, lidos entre março e junho nas cidades de São Paulo, Piracicaba, São Carlos Bauru e Ribeirão Preto. Em São Paulo, na sede histórica da rua Maria Antônia, 294, o primeiro dia será no próximo dia 7 de abril, com A Exceção e a Regra (1929). A noite terá participação da atriz argentina Laura Brauer. A série continua toda segunda, 17h, com entrada gratuita. Estão todos convidados.
Publicado
A revista Samuel vai publicar neste fim de semana a reportagem Vertigem: Cena em Desequilíbrio. Ela foi feita por Leandro Nunes, Helena Yamagata e Ítalo Rufino como trabalho de conclusão de curso de jornalismo na Universidade Anhembi Morumbi, de São Paulo. Parabéns.
Dobradinha
A Cia. Louis Louis comemora 18 anos com direito a dose dupla no Espaço dos Parlapatões, na praça Roosevelt, em São Paulo, entre 5 de abril e 29 de junho. Aos sábados, às 21h, apresentam 700 Mil Horas. Já no domingo, às 19h, é a vez de Falas de um Mímico. Vai, gente.
Memória viva
O artista plástico mineiro Farnese de Andrade (1926-1996), ícone internacional nos anos 1970, tem sua vida e obra abordadas no espetáculo-instalação Farnese de Saudade. Vandré Silveira vive o artista sob direção de Celina Sodré. Faz temporada de 10 a 17 de abril na Caixa Cultural, na Sé, em São Paulo, com entrada gratuita. Leia a crítica de Atila Moreno para a peça.
Gorilas
A partir do dia 1º de abril o Centro Cultural São Paulo abre programação especial para lembrar os 50 anos do golpe militar no Brasil. É bom ter memória para que não se repita.
Vigília
O Satyros também entrou na onda e faz uma Vigília pela Liberdade na praça Roosevelt neste fim de semana.
Minha vida é um flash
Silvana Garzaro, que já fotografou os principais artistas do Brasil e do mundo, assumiu os books dos atores agenciados da D’Lauro Casting. Silvana, que já foi atriz antes de se tornar uma das mais requisitadas profissionais da fotografia paulistana, resolveu matar as saudades da turma das artes. Faz muito bem.
Ai, minha dor de cotovelo!
Sabe aquele sofrimento quando você é abandonado pelo seu grande amor? Pois é este drama que vai embalar o musical Salve a Dor Cotovelo, com direção de Eduardo Mansur e protagonizado por Luiz Araújo e Naíma, que já se odiavam no musical Zorro e agora se amam. O espetáculo tem músicas brasileiras compostas entre 1920 e 1970, por grandes nomes que vão de Lamartine Babo e Dalva de Oliveira. Claro, que não vai faltar música da Maysa, aquele que sofria demais. Estreia dia 11 de abril, no Teatro Augusta.
Feministas
O Teatro Ágora vai fazer uma temporada de espetáculos solos de mulheres a partir do dia 4 de abril. Já está confirmada na programação Monga, com Maria Carolina Dressler e direção de Juliana Sanches.
Agenda Cultural
Humor que segue
Apesar do acidente com o ator Fagner Zadra na abertura do Festival de Teatro de Curitiba, o seu grupo, o Tesão Piá, manteve todas as apresentações no evento, que acontecerão entre 1º e 6 de abril no Teatro Regina Vogue. Após ser atingido na cabeça por uma peça de isopor da decoração da festa do festival, o rapaz de 30 anos segue internado na capital paranaense e apresentou melhoras nas últimas horas. Ele pediu aos companheiros que mantivessem a programação do grupo. O único espetáculo cancelado foi o solo de Fagner Zadra, Rizadra, previsto para este fim de semana no Museu Oscar Niemeyer. Além de Zadra, integram o Tesão Piá Cadu Scheffer, Jéssica Medeiros, Luana Roloff e Samuel Machado. Convidados especiais amigos do ator ferido vão substituir o artista. “A ideia é manter a estrutura da peça e também fazer uma corrente positiva pela rápida recuperação do Fagner”, diz o produtor do grupo, Nizo Gomide.
Comentário curitibano
Tem muita gente que esperava mais da peça Concreto Armado, do jovem carioca Diogo Liberano…
Comentário curitibano 2
Yara de Novaes, da peça Contrações, é uma simpatia só em Curitiba.
Encontro marcado
O paulista Sergio Mamberti se encontrou com o baiano Marcio Meirelles em um jantar no Festival de Teatro de Curitiba. Deram aquele abraço.
Time reunido
Gente tarimbada da cena paulistana como Paulinho Fabiano, Marcelo Lazzaratto, Lúcia Kakazu, Bernadeth Alves, Lu Favoreto, Lúcia Gayotto e Beth Beli fizeram parte do time que preparou a Cia. de Teatro Heliópolis para a peça Um Lugar ao Sol. Eles estreiam neste sábado (29) com direção de Miguel Rocha. A temporada será até 27 de abril, na Casa de Teatro Maria José de Carvalho (r. Silva Bueno, 1.533, Ipiranga). Willian Costa Lima assina a dramaturgia e William Paiva, a direção musical. Tem peça todo sábado, às 20h; e domingo, 19h. Dalma Régia, David Guimarães e Klaviany Costa estão no elenco. A entrada é R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia-entrada). Não dói no bolso de ninguém.
Leia a cobertura completa do R7 no Festival de Teatro de Curitiba!
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