Bichado faz “volta triunfal” no Festival de Curitiba

Os atores Einat Falbel e Paulo Cruz, protagonistas de Bichado, do Núcleo Experimental de SP: melhor espetáculo de 2012 no R7 está de volta na Mostra Oficial do Festival de Teatro de Curitiba – Foto: Guilherme Griebler
Por MIGUEL ARCANJO PRADO
Um quarto de hotel de beira de estrada abriga um casal controverso. Ele, um ex-combatente no Iraque, ela, uma garçonete largada no mundo. Tal enredo, cheio de potência e poesia, é um dos destaques na programação de 2014 do Festival de Teatro de Curitiba, que começa nesta terça (25) e vai até o próximo 6 de abril na capital paranaense.
Trata-se de Bichado, peça do norte-americano Tracy Letts montada pelo Núcleo Experimental dirigido por Zé Henrique de Paula [leia a crítica do R7 para a obra]. A obra foi eleita melhor espetáculo de 2012 pelos internautas do R7, e ainda levou melhor diretor e melhor atriz, Einat Falbel, naquele ano.
As apresentações, nesta terça (1º) e quarta (2), no Sesc da Esquina, acontecem exatamente dois anos após a estreia da peça, inaugurando a programação do Teatro do Núcleo Experimental, na região da Barra Funda, em São Paulo.
“Volta triunfal”
Em conversa com o Atores & Bastidores do R7, Einat Falbel, protagonista da obra como a garçonete Agnes, que se apaixonada pelo soldado Peter (Paulo Cruz), afirma que esta é “a volta trinfal” do espetáculo.
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— Voltar com o espetáculo sempre se tornou um sonho para o elenco original. A oportunidade de reestrear no Festival de Curitiba, pra nós, foi literalmente uma luz no fim do túnel, foi a possibilidade de viabilizar a remontagem da peça. Voltar no Festival de Curitiba é o que chamo de uma volta triunfal.
Nova temporada em SP
De Londres, onde faz mestrado, o diretor Zé Henrique de Paula revela ao R7 que não poderá estar em Curitiba, mas comemora o novo impulso que o evento trouxe à peça.
— Depois das apresentações em Curitiba, Bichado reestreia no dia 21 de abril no Teatro CIT-Ecum em São Paulo para uma temporada de seis semanas. A peça ainda tem muito fôlego pela frente e muitas plateias a conquistar.
Para Zé Henrique, que nunca esteve em Curitiba, ter uma peça no evento para seu Núcleo Experimental “é uma oportunidae única”, sobretudo por dividir a cena com “os mais importantes espetáculos brasileiros dos últimos tempos”. Para ele, sua peça tem recado certeiro a dar.
— Bichado é uma reflexão sobre os tempos modernos e o avanço desenfreado das tecnologias, a diminuição da privacidade e a descrença nos governos e nas formas de poder em geral.
Personagens solitários
O diretor lembra que a peça faz parte da Trilogia da Guerra, jundo com As Troianas e No Coração do Mundo, e “oferece um contraponto que precisávamos para falar dos efeitos da guerra na vida de pessoas comuns e principalmente na vida de quem voltou para casa depois da guerra”.
— Mas o que mais me chamou a atenção em Bug (título original de Bichado) foi o encontro de dois personagens extremamente solitários e traumatizados por tragédias particulares (Agnes e Peter) que se reconhecem, se complementam e depois se destroem.
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