Domingou: Feliz Dia das Mães!
Por MIGUEL ARCANJO PRADO*
Na escola, a gente sempre fazia uma rosa de papel para dar para ela. Durante a semana, a professora logo avisava que todos teriam de ilustrar também seus respectivos cartões para entregá-la em seu dia.
Era todo um frenesi. Uma boa quantidade de lápis de cor sobre a mesa, para dar aquele belo colorido. Quem não tinha tantas opções assim, recorria aos colegas mais afortunados, aqueles que tinham caixas de 24, 36 cores, o suprassumo.
E, junto do cartão, tinha a rosa de papel crepom. Que, se molhada, soltava tinta. A gente mesmo fazia, uma a uma, com a ajuda da professora. Os mais desenvoltos ajudavam os desastrados. Afinal, era bem trabalhoso. Tinha de ter todo o cuidado do mundo.
E aí a gente levava tudo escondido na mochila, ao fim da aula de sexta-feira. Com medo de que se amassassem, escolhia um cantinho estratégico para colocar a rosa e o cartão. O sábado demorava a passar. A ansiedade pelo domingo era grande.
Até que, após o sono rápido de criança, amanhecia. A gente acordava correndo. E, antes mesmo de lavar o rosto ou escovar os dentes, buscava as preciosidades no cantinho secreto e corria para o quarto dela.
E ela, meio sonolenta ainda, abria aquele sorriso ao ver a gente, com o cartão e a rosa na mão, dizer da forma mais carinhosa e simples do mundo: Feliz Dia das Mães!
Para Nina, minha mãe
*Miguel Arcanjo Prado é jornalista e acha a sua mãe a melhor mãe do mundo. A coluna Domingou, uma crônica semanal, é publicada todo domingo no blog Atores & Bastidores do R7.
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Não me recordo da atividade da rosa de papel crepom, mas obviamente me recordo de atividades para o Dia das Mães. Às vezes era pintar um desenho com uma mensagem, numa folha mimeografada; noutras vezes, era produzir o próprio cartão. Como sempre gostei de desenhar, meus cartões geralmente ficavam bonitos.
É verdade, sim, sobre as caixas de lápis de cor de 24, 36 e até 48 unidades. Ficava fascinado com elas. Eram meu sonho de consumo infantil. Tinha um colega que tinha a mais completa, que vinha até com índice de cores, algumas exóticas como Heliotrópio e Ocre, uma cor tão usada em decoração. Ainda não existiam as atuais caixas com cores Neon e metálicas. E uma de minhas primas teve a maleta com a coleção completa de canetinhas hidrocor, embora meu sonho de consumo fosse mesmo a caixa de lápis de cor. Eu possuía o número padrão de lápis: 12. É interessante que você foi muito verdadeiro (como sempre) ao relatar a situação envolvendo os lápis de cor. Era assim mesmo que ocorria.
Parabéns a todas as mães e à Dona Nina, então!
Por fim, só complementando, lembro que as meninas costumavam usar papel crepom com álcool para pintar o cabelo, fazendo umas mechas coloridas. Só que depois o álcool deixava os fios numa secura só (risos).
Phillipe, quantas lembranças boas, né? As folhas mimeografadas tinham um cheirinho inesquecível. Bons tempos… Aquele abraço!