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Ator alemão de Hamlet, do Berliner Ensamble, vibra com aplauso fervoroso dos mineiros no FIT-BH

Peter Luppa integra o elenco de Hamlet, do grupo alemão Berliner Ensamble – Foto: Divulgação

Por MIGUEL ARCANJO PRADO*
Enviado especial do R7 a Belo Horizonte

O pequeno ator alemão Peter Luppa é cuidadoso ao falar do Brasil. Escolhe bem as palavras. Afinal, esta é a segunda vez que visita o País, que diz gostar muito. A primeira foi 25 anos atrás, para férias inesquecíveis nas praias do Nordeste. Agora, veio por motivo de trabalho.

Luppa integra o elenco de Hamlet, a montagem do Berliner Ensamble que arrastou cerca de 3.500 pessoas ao Grande Teatro do Palácio das Artes, em Belo Horizonte, em duas apresentações neste fim de semana, com filas gigantescas que acompanhavam a fachada do prédio na av. Afonso Pena. Faz o Bobo da Corte e tem mudanças de figurino tão rápidas que deixam a plateia boquiaberta.

Hamlet era o espetáculo era o mais aguardado no FIT-BH (Festival Internacional de Teatro, Palco e Rua de Belo Horizonte), que celebra 20 anos de história nesta edição de 2014.

Durante o café da manhã com o Atores & Bastidores do R7, Peter Luppa conta que “o público foi ótimo”. Mas, revela que o grupo viveu momentos de tensão para encenar o clássico de William Shakespeare na capital mineira.

– Lá em Berlim, fazemos em palco giratório. Aqui, ficamos sabemos que não teríamos este recurso, pois o palco é estático. Então, tivemos de mudar muitas marcações. Em Berlim, as paredes giravam sozinhas, aqui tivemos de empurrar mesmo.

O ator revela que, apesar “ficou visualmente bonito o resultado”. Fruto de ensaios por dois dias exaustivos em Berlim e mais dois em Belo Horizonte, onde também tiveram de lidar com um palco que tem “o dobro do tamanho” do original alemão.

Ele diz gostar da “mentalidade brasileira”. E explica que nos considera um povo “muito tranquilo”. Diz que tal comportamento “é bom para o coração e para a circulação”. Conta que diante de qualquer problema, os brasileiros lhe dizem com toda a calma do mundo “nós vamos conseguir”, o que lhe deixa impressionado com tamanha autoconfiança. Sobre o carinho do público mineiro, Luppa filosofa.

– O aplauso no Brasil é muito mais caloroso do que na Alemanha. Lá, aplaudem assim [imita um aplauso preguiçoso, fazendo cara de nojo]. Aqui, não, é intenso. Tem outro tipo de amor e se entrega no aplauso. As pessoas se emocionam. É como se o público amasse aquelas pessoas que estão no palco. É de coração. A nós, só nos resta dizer: muito obrigado!

Cena da obra alemã Hamlet, principal atração do FIT-BH, encenada no Palácio das Artes – Foto: Divulgação

Agradecimento: Daniel Hazan (intérprete de alemão)

*O jornalista Miguel Arcanjo Prado viajou a convite do FIT-BH.

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