Por MIGUEL ARCANJO PRADO*
Fotos de EDUARDO ENOMOTO
No teatro, o estado de presença é fundamental. José Celso Martinez Corrêa, nosso Zé Celso, do Teat(r)o Oficina, é sabedor disso, com seu teatro ritual.
Esta presença indiscutível no palco projetado por Lina Bo Bardi no coração do Bixiga, em São Paulo, é cristalizada hoje pela figura de uma atriz baiana cheia de potência, com poesia até no nome: Danielle Rosa.
Neste sábado (14), dia em que o grupo lembrou os 45 anos da morte de Cacilda Becker no palco e também homenageou a cantora do rádio Marlene, que partiu na última sexta (13), a primeira imagem de impacto na entrada do Oficina, logo no começo da peça Walmor y Cacilda 64: Robogolpe, era a figura de Danielle Rosa.
Com a potência de seu corpo exuberante, a artista exala uma brasilidade tão próxima a nós, repleta de doçura e vigor desavergonhado.
Danielle, que está até em capa de revista nas bancas de jornal, cheia de liberdade, é uma espécie de síntese destes tantos jovens que chega a São Paulo em busca simplesmente de se encontrar na arte, cheia de percalços no caminho. Porque não é fácil.
Mas ela tem doçura, pega pela mão, embala o canto de tupi or not tupi. Oswald se mistura a Mário de Andrade e Macunaíma somos todos na antropofagia de seu teatro.
Falar de Danielle Rosa é celebrar a reexistência do teatro brasileiro, que, como diz Zé Celso, precisou ressuscitar após o coma com a morte de Cacilda. E o faz na força de jovens artistas como ela. Por isso, celebremos Danielle Rosa, a nossa atriz presente.
Leia também: Danielle Rosa, o furacão sereno do Oficina
*Miguel Arcanjo Prado é jornalista e, também, um tanto quanto antropofágico. A coluna Domingou, uma crônica semanal, é publicada todo domingo no blog Atores & Bastidores do R7.
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