Público da Baixada Santista abraça o Mirada
Por MIGUEL ARCANJO PRADO
Enviado especial do R7 a Santos*
O auxiliar de escritório Victor Oliveira e a estudante de teatro Jéssica Santos comentam, animados, na saída do Teatro Coliseu de Santos, o quanto gostaram do espetáculo Utopia, da bailarina e coreógrafa espanhola Maria Pagés.
Foi a segunda peça que os amigos assistiram no Mirada, o Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas de Santos. E pretendem ver outras até o próximo sábado (13), quando o evento chega ao fim tendo apresentado 40 espetáculos, dos quais 25 são internacionais, com organização do Sesc São Paulo.
“Os bailarinos dançam muito bem. Deu para sentir a história nos movimentos”, define Oliveira. Já Jéssica foca na importância do evento para a formação artística dos moradores da cidade. “Um festival assim, tão grande, por aqui, é muito bom”, diz.
Adesão
Enquanto os jovens continuam seus comentários sobre a obra de dança flamenca, sai da plateia, acompanhado por um séquito, o diretor regional do Sesc São Paulo, Danilo Santos de Miranda. Simpático, atende com um sorriso o pedido da reportagem para uma avaliação prévia do festival.
“Eu creio que o Mirada fortalece, sobretudo, o teatro da América Latina. E isto é muito importante. Estou gostando muito desta terceira edição. A reação do público está extraordinária. Está uma adesão maravilhosa da cidade, como você está vendo aqui”, afirma Miranda.
Aplauso caloroso
O espetáculo chileno Otelo, da Cia. Viajeinmóvil, causou impacto no Teatro Guarany, no centro histórico de Santos.
O texto de Shakespeare, apresentado por dois atores potentes, Jaime Lorca e Teresita Iacobelli, comoveu o público. Sobretudo pela encenação simples e sofisticada ao mesmo tempo, com o uso de marionetes. Muitos a apontam como a melhor peça do Mirada 2014.
Ainda emocionado com os fartos aplausos, Lorca, que também idealizou e dirige a montagem, falou ao R7.
“Foi uma reação muito linda a da plateia aqui do Mirada. Acho que a peça chegou ao coração das pessoas”, afirmou.
Desceu a serra
O Mirada também atrai público de São Paulo. O dramaturgo e ator Victor Nóvoa, de A Digna Cia., passou o último fim de semana em Santos vendo peças do festival. E se sentiu em casa, apesar de viver na capital paulista desde 2001, revelou à reportagem que é santista. “O Mirada é uma oportunidade de conhecer outros fazedores de teatro”, diz.
Já a atriz carioca radicada em São Paulo Helena Cardoso, amiga de Nóvoa, participa do Mirada pela segunda vez. “Este ano está mais amplo e mais interessante”, avalia.
*O jornalista Miguel Arcanjo Prado viajou a convite do Sesc São Paulo.
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Gostaria que o teatro de marionetes do Lorca ganhasse algum prêmio. É até difícil dizer se porque ele resgata Shakespeare ou se porque resgata o teatro de marionetes. Essa peça é a síntese do Mirada.