Eleições geram discórdia no teatro brasileiro
Por MIGUEL ARCANJO PRADO
O clima não é dos melhores no meio teatral quando o assunto é o segundo turno das eleições presidenciais, marcado para o próximo dia 26 de outubro. Assim como no resto do Brasil, os artistas estão em pé de guerra nas redes sociais. Tudo porque alguns votam em Dilma, outros em Aécio e ainda há os que não querem votar e são pressionados pelos dois lados.
As discussões prometem esquentar à medida que o pleito se aproxima. Há farpas por todos os lados. Mas também há demonstrações de amor ao candidato escolhido.
O apoio é mais explícito naqueles que votam em Dilma. Como os atores do Grupo Magiluth, de Recife, que trocaram suas fotos no perfil do Facebook por um retrato no qual suas imagens se fundem com a da candidata à reeleição.
Pedro Vilela, diretor da trupe pernambucana, ironizou, antes de postar um vídeo com o apoio de Chico Buarque à candidata do PT. “Enquanto os eleitores de Aécio postam vídeo com Alexandre Frota apoiando a candidatura, nos resta a doçura de Chico”.
Já o ator e iluminador paulistano Leo Moreira Sá foi sucinto ao dizer porque vota em Dilma: “Se Feliciano está com Aécio, eu não estou”, referindo-se ao deputado conhecido por sua homofobia latente e que apoia o tucano.
Mas também há fervor entre os fãs do PSDB. O ator Rodrigo Negrini, que acaba de fazer a temporada do musical Crazy for You com Claudia Raia, bradou em sua timeline: “Vai, Aécio!!!”, assim que o nome do tucano foi confirmado no segundo turno. Ele aproveitou a frase para definir seu estado de espírito: “se sentindo esperançoso”.
Outra tucana de carteirinha [e ex-petista, segundo relato da própria], Cléo De Paris, do grupo Os Satyros, já perdeu um monte de amigos virtuais nos últimos meses. Tudo por conta de seu posicionamento político. Cansada de tanto bate-boca virtual, esta semana ela avisou em sua timeline: “Amigo ou não, falou coxinha ou m… que corresponda NOS MEUS POSTS [com caixa alta mesmo], deletei”. Recado dado.
O caminho da paz
Enquanto a guerra parece não ter fim, Zé Henrique de Paula, diretor do Núcleo Experimental, preferiu a paz.
Fez uma retirada elegante e até citou Guy Debord, autor do clássico A Sociedade do Espetáculo, de 1967 (se você não conhece, corra urgentemente para uma biblioteca próxima).
Zé Henrique se despediu assim: “E tchau pra todo mundo — me mandem e-mails ou me telefonem. Vamos tomar um café, uma cerveja, marcar um almoço, assistir a uma peça, fazer uma viagem, um projeto, uma pedalada. Mas fora daqui”.
E postou o trecho abaixo do livro de Debord:
“Tudo que era antes vivido diretamente tornou-se mera representação. O espetáculo não é uma coleção de imagens; é a relação social entre pessoas que é mediada por imagens”.
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