Zé Celso protesta pelo teatro no fim do Fentepp

Zé Celso defende o teatro em fala no Fentepp e recebe o abraço do fotógrafo Bob Sousa – Foto: Claudia Junqueira

Por MIGUEL ARCANJO PRADO

Quem assistiu à sessão de Walmor y Cacilda 64: Robogolpe nesta sexta (28), no ginásio municipal de Presidente Prudente, interior de São Paulo, viu José Celso Martinez Corrêa, o Zé Celso, fazer um discurso veemente em defesa dos teatros brasileiros contra a especulação imobiliária. O diretor foi motivado, sobretudo, pelo despejo do Núcleo Bartolomeu de Depoimentos de sua sede, em São Paulo, no dia anterior.

O espetáculo do Teat(r)o Oficina encerra o 21º Fentepp (Festival Nacional de Teatro de Presidente Prudente), com a segunda sessão neste sábado (29). A organização do evento é da Prefeitura de Presidente Prudente em parceria com o Sesc São Paulo e apoio da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo. Foram 25 espetáculos apresentados, entre eles o do Oficina e também Nossa Cidade, com direção de Antunes Filho, que abriu o evento.

Oficina incendeia o Fentepp com seu espetáculo Walmor y Cacilda 64: Robogolpe – Foto: Bob Sousa

“Espaço sagrado

Zé Celso falou sobre o despejo do Bartolomeu pela INK Incorporadora na última quinta (27), em São Paulo, fato que emocionou toda a classe teatral brasileira. Os pertences dos artistas foram retirados à força do local, por ordem da Justiça. Houve até acompanhamento policial para que os artistas não resistissem.

Indignado, Zé Celso bradou que “o teatro é um espaço sagrado”.

— Onde for fechado um teatro deveria ser aberto outro no mesmo lugar.

Foi ovacionado pelo público. O fotógrafo Bob Sousa, colaborador do Atores & Bastidores do R7, estava na plateia e, ao fim do espetáculo, fez questão de cumprimentar Zé Celso pela atitude corajosa de defesa da classe teatral contra a especulação imobiliária. Para Bob, Zé é uma liderança necessária à classe artística.

— Um nome como Zé Celso encabeçar essa causa é muito importante para o teatro.

Zé Celso e seu Teat(r)o Oficina lutam há muito tempo também para manter o terreno no entorno do teatro, no Bixiga, que pertence ao Grupo Silvio Santos. Por conta da resistência dos artistas é que ainda não foram erguidas novas torres no local, o que prejudicaria a arquitetura do teatro criado por Lina Bo Bardi e Edson Elito há 20 anos.

Veja a cobertura do Fentepp no R7!

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1 Resultado

  1. Phillipe disse:

    Essa forma, pacífica, de protesto, eu apoio. Já formas agressivas de protesto, desaprovo.

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