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Fentepp leva 7 mil ao teatro e vira gente grande

Zé Celso em cena de Walmor y Cacilda 64: Robogolpe: grande estrela do Fentepp – Foto: Claudia Junqueira

Por MIGUEL ARCANJO PRADO
Foto CLAUDIA JUNQUEIRA

O Fentepp (Festival Nacional de Teatro de Presidente Prudente) chegou à sua 21ª sem medo de cumprir a maioridade. Pelo contrário, mostrou maturidade de quem virou gente grande no cenário dos festivais teatrais brasileiros. Prova disso são as 7 mil pessoas que o evento levou ao teatro entre 21 e 29 de novembro último, uma média de quase 800 espectadores por dia de evento.

Realizado pela Prefeitura de Presidente Prudente em parceria com o Sesc São Paulo e o Governo do Estado de São Paulo, o Fentepp 2014 teve 47 apresentações de 25 espetáculos. Entre eles, Nossa Cidade, de Antunes Filho, que abriu a programação, e Walmor y Cacilda 64: Robogolpe, que encerrou o evento em uma espécie de catarse coletiva em defesa do teatro, quando o diretor José Celso Martinez Corrêa, o Zé Celso, defendeu as artes cênicas contra a especulação imobiliária que provoca fechamento de teatros em São Paulo.

Renata Salvador, gerente do Sesc Thermas de Presidente Prudente, conta ao R7 que a população da cidade abraçou o Fentepp. E isso ajudou para que o evento “fosse percebido de outra maneira no cenário nacional”.

— Fizemos muita coisa na rua, sempre pensando na qualidade da programação. O Fentepp 2014 foi um feliz encontro de ideias.

Ela ainda revela que um sucessos deste ano foi o ponto de encontro, “onde público e artistas puderam se encontrar após as peças, para trocar impressões”.

A curadoria do Fentepp foi feita por Rodrigo Eloi, Adriana Cruz Macedo, Luiz Fernando Marques Lubi e Denilson Biguete.

Os atores Daniel Kairoz, Juliane Elting e Nash Laila em cena de Walmor y Cacilda 64: Robogolpe: peça do Oficina foi apresentada no ginásio de Presidente Prudente no 21º Fentepp – Foto: Claudia Junqueira

“Degrau por degrau”

O secretário de Cultura de Presidente Prudente, Fábio Nougueira, reconhece a maturidade do evento e faz questão de ressaltar que ela só ocorreu porque “o Fentepp galgou degrau por degrau”.

Ele conta ao R7 que, desde a primeira edição, realizada em 1985, o evento revela grandes nomes na cena teatral, como Mário Bortolotto e Marco Ricca, que participaram do festival no começo de suas carreiras. Nougueira lembra que, no começo, o evento era feito por amor ao teatro. Os artistas não recebiam cachê ou verba para alimentação e eram alojados “debaixo da arquibancada do ginásio municipal”.

— Hoje, o Fentepp lotou os três melhores hotéis da cidade e ganhou relevância nacional. Isso é fruto de um trabalho em equipe.

Destaque nacional

Tanta sintonia fez o Fentepp em 2014 ofuscar o FIT Rio Preto. O Festival Internacional de São José do Rio Preto fez uma edição morna em 2014, sem cobertura da imprensa nacional e ainda vive uma crise, com acusações de que não paga em dia os artistas contratados.

Tal situação do vizinho faz o Fentepp emergir não só como o grande festival do interior do Estado de São Paulo como o coloca na posição de um dos principais do País. E Prudente, pelo jeito, pretende continuar na rota teatral nacional durante todo o ano, já que inaugurou há seis meses o Teatro Municipal Paulo Roberto Lisboa, no Centro Cultural Matarazzo, como conta o secretário de Cultura do município.

— O que a gente quer é fazer bem feito, com os pés no chão. E com muito respeito ao artista, desde o camarim até o cachê pago, porque hoje estou secretário de Cultura, mas eu sou um homem de teatro. Queremos que Prudente seja a grande casa do teatro brasileiro.

O ator Beto Mettig, que apresentou Walmor y Cacilda 64: Robogolpe com o Teat(r)o Oficina: “Fentepp está no caminho para se tornar, cada vez, mais um festival de peso e projeção nacional” – Foto: Claudia Junqueira

O cuidado é sentido pelos artistas. Kesler Contiero, integrante da Cia. dos Pés, de São José do Rio Preto, que apresentou a peça Expresso Caracol no evento, afirma que o Fentepp “tem uma equipe de apoio que trabalha junto com a gente”. Beto Mettig, que integrou o grupo de mais de 50 artistas do Teat(r)o Oficina, que foram ao Fentepp, concorda.

— Não é simples administrar uma estrutura grande como a do Oficina e tudo ocorreu sem problemas, sobretudo pelo empenho de toda equipe. Acho que o Fentepp está no caminho para se tornar, cada vez mais, um festival peso e projeção nacional.

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