Por trás do pano – Rapidinhas teatrais

Zé Celso no Auditório Ibirapuera para a abertura da MITsp: aplaudido de pé – Foto: João Valério

Por MIGUEL ARCANJO PRADO

Mitos
Dois bastiões do teatro brasileiro, Zé Celso e Antunes Filho foram à abertura da MITsp (Mostra Internacional de Teatro de São Paulo), para convidados, na noite desta quinta (5), no Auditório Ibirapuera. Eles resistiram bravamente aos quatro atos da peça russa A Gaivota, que terminou à 1h30 da madrugada desta sexta (6) com plateia bem menor do que começou.

Há vagas
Com tanta gente dando a vida por um ingresso para ver a dita obra, chamou a atenção da coluna o grande número de assentos vagos no Auditório Ibirapuera. Podiam ter chamado os estudantes de teatro para encher o local. Eles ficariam eternamente agradecidos.

Sem noção
Em um dos momentos da encenação pós-moderna para a obra clássica de Tchekhov, um dos atores fica no corredor da plateia. Ao vê-lo ali, uma funcionária do Itaú Cultural, que administra o espaço, foi até o ator, com a obra em andamento, para dizer a ele que não podia ficar parado no corredor. Ordenou que buscasse seu assento. Sem entender o que ela dizia, já que fala russo, o ator deu um grito. A funcionária percebeu, então, que ele era do elenco e subiu rapidamente as escadas do corredor, constrangida.

O diretor de A Gaivota Yuri Botusov, em primeiro plano, no palco do Auditório Ibirapuera – Foto: Ligia Jardim

Animadinho
O diretor Yuri Butusov estava tão animado, mas tão animado na peça, que tinha muito artista na plateia querendo saber a receita de tanta vitalidade.

Ai, que fome!
Uma amiga da coluna presente na abertura fez uma importante observação: quem levasse sanduíche para vender na abertura da MITsp iria ganhar um bom dinheiro. É que como o horário para chegar estava marcado para 18h30 no convite, muita gente atravessou São Paulo, no caos da hora pico, para estar no Ibirapuera a tempo. Na correria, a maioria não comeu. E no coquetel tinha champanhe, o que piorou a situação de muita gente. O café do espaço estava fechado.

Alívio
Teve quem correu à pista de skate ao lado do Auditório Ipirapuera para descolar uma batatinha frita que fosse. Senão, desmaiaria durante a peça.

Alento
Durante o primeiro intervalo, para alegria de muitos, foi servido amendoim, cafezinho e água. Assim, parte do público conseguiu sobreviver.

Precavida
Uma moça, muito esperta e chiquérrima, levou damascos em sua bolsa e comia antes de cada ato. Tinha gente olhando, aguada.

Martírio
A peça, marcada para começar às 20h, só teve início pouco antes das 21h. É que os discursos dos patrocinadores eram intermináveis. Da coxia, o diretor russo olhava, enfastiado.

Cena da peça A Gaivota, que abriu a MITsp nesta quinta (5) – Foto: Ligia Jardim

Homenagem
Justiça seja feita. Danilo Santos de Miranda, do Sesc São Paulo, fez questão de homenagear a todos os artistas e pensadores do teatro presentes no Auditório Ibirapuera na figura de Zé Celso. O diretor do Oficina se levantou para agradecer a deferência. Muitos o aplaudiram de pé.

Luís Miranda: ousadia e deboche do mestre de cerimônias na abertura da MITsp – Foto: João Valério

Efusivo
Luís Miranda é ator talentoso. Isso todo mundo sabe. Mas, como mestre de cerimônias de abertura da MITsp, ele exagerou. Não pegou bem, por exemplo, quando se desfez do secretário de Estado de Cultura de São Paulo, Marcelo Mattos Araújo, dizendo que preferia receber no palco um diretor de Pinacoteca. A atuação forçada de trechos de Tchekhov entre as falas dos patrocinadores também passou do ponto. Assim como desmerecer a própria peça de abertura, falando de Tchekhov e da grande duração da obra (quase cinco horas com os três intervalos) com ar de desdém. Pegou mal.

A Viagem
Pedro Vilela, diretor do Grupo Magiluth, de Recife, chega a São Paulo nesta sexta (6), acompanhado da mulher, Mariana Holanda Rusu, só para acompanhar a MITsp bem de pertinho.

Carlos Palma dirige a peça Insubmissas, no Teatro de Arena, em SP – Foto: Divulgação

Mulheres rebeldes
O sucesso foi tanto que a turma da peça Insubmissas precisou prorrogar a temporada no Teatro de Arena, em São Paulo, até 29 de março. Quatro mulheres fundamentais na história da ciência são apresentadas. Não faltaram na vida delas pitadas de preconceito, violência e discriminação. Mas, elas guerrearam até o fim. Tem sessão sexta e sábado, 21h, e domingo, 19h, com o Núcleo Arte Ciência no Palco. Estão todos convidados a ver e a aprender.

A Viagem
A peça América Vizinha, sucesso no ano passado no Grupo XIX de Teatro, agora fará turnê pelo interior de São Paulo. A diretora Juliana Sanches segue no comando.

Atarefado
Ivam Cabral, além de dirigir a cerimônia de entrega do Prêmio APCA no próximo dia 17 de março, também será o responsável pelo cerimonial da festa, com a ajuda de Eric Vecchione e Bruno Galvincio. A noite de gala será no Teatro Paulo Autran do Sesc Pinheiros, sob os olhares atentos do presidente da entidade, José Henrique Fabre Rolim.

Conchinha
O Prêmio Shell este ano resolveu não fazer sua festa justamente no mesmo dia da premiação da APCA. Ainda bem. Dessa vez, a entrega do Prêmio Shell de Teatro em São Paulo será uma semana antes, na próxima terça (10), no Espaço Villa Vérico, na Vila Olímpia. Mariana Lima, que ganhou o prêmio em 2011, vai apresentar. Será que vai ter protesto de novo?

Ester Laccava e Lulu Pavarin em cena da peça Quando Eu Era Bonita – Foto: Divulgação

Embate de divas
Ester Laccava e Lulu Pavarin, duas das melhores atrizes do teatro paulistano, estão juntas na peça Quando Eu Era Bonita, que estreia dia 13 de março no Espaço dos Parlapatões, na praça Roosevelt. Fazem duas amigas que se encontram na festa de confraternização da firma. Vai dar o que falar.

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1 Resultado

  1. Phillipe disse:

    Levo barras de cereais, geralmente com castanha-do-Pará, damasco, ameixa e aveia. Às vezes levo de maçã com canela ou banana com mel, mas essas com menos frequência pois já comi tanto delas que enjoei um pouco.

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