Saiba como foi entrega do 27º Prêmio Shell de Teatro de São Paulo
Por MIGUEL ARCANJO PRADO
Fotos BOB SOUSA
Os vencedores do 27º Prêmio Shell de Teatro de São Paulo foram conhecidos em cerimônia realizada no espaço Villa Vérico, na capital paulista, na noite desta terça (10).
O evento, apresentado por Mariana Lima, reuniu personalidades da cena teatral paulistana. As peças que abocanharam maior quantidade de prêmios, com dois troféus cada uma, foram Trágica.3 (atriz e figurino), Não Vejo Moscou da Janela do Meu Quarto (iluminação e direção) e Caros Ouvintes (cenário e música). Veja lista completa dos ganhadores.
Rodolfo García Vázquez, do grupo Os Satyros, subiu ao palco para receber o prêmio de melhor autor por Pessoas Perfeitas, escrita em parceria com Ivam Cabral, que não pode comparecer à festa por estar se recuperando de tratamento médico contra um tumor.
“É uma pena o Ivam não estar aqui, mas ele está se recuperando. Pessoas Perfeitas nasceu de um roteiro de longa que transpusemos para o teatro. A participação dos atores foi fundamental neste processo”, discursou enquanto os integrantes do Satyros o aplaudiam, eufóricos.
Silvana Garcia, que levou melhor direção por Não Vejo Moscou da Janela do Meu Quarto, lembrou em sua fala que já integrou o júri do prêmio. “Já estive no júri e sei que não é um lugar confortável. Você sai daqui amado por poucos e odiado por muitos. Eu amo vocês”, disse, dirigindo-se aos jurados paulistanos: Carlos Colabone, Evaristo Martins de Azevedo, Lucia Camargo, Mario Bolognesi e Renata Melo. Ela ainda alfinetou a imprensa, lembrando que a peça “é um produção à margem, que não teve apoio da grande mídia”.
O melhor ator, Rubens Caribé, por Assim É (se lhe Parece), ficou bastante emocionado quando seu nome foi anunciado por Mariana Lima. No palco, afirmou que “quis muito esse momento”, mas que duvidou dele “até o fim”.
Já Denise Del Vecchio, que saiu do palco aos prantos, contou que este ano foi a primeira vez que havia sido convidada para uma entrega do Prêmio Shell de Teatro. Ao receber o prêmio de melhor atriz, por Trágica.3, discursou: “Estou muito emocionada e agradecida por terem me escolhido já nesta altura da minha carreira. No momento que vem um certo desânimo, vem um sopro de alegria. Acreditamos que neste momento de tanto caos e horror, o que nós fazemos no palco possa ser uma fagulha de luz”.
Ao receber o prêmio de Inovação, o diretor Paulinho Faria, da Cia. Pessoa do Faroeste, disse que deseja recuperar o cinema na região da Boca do Lixo, em São Paulo, onde está instalada a companhia que tem a atriz Mel Lisboa em seu elenco. A região no centro paulistano foi pólo cinematográfico nos anos 1970 e 1980 e hoje está entregue aos usuários de crack.
No fim da cerimônia, o grande homenageado da noite foi César Vieira, do Teatro União e Olho Vivo. Ele lembrou seu trabalho com moradores de rua e ainda citou a Gaviões da Fiel, torcida e escola de samba do Corinthians, em seus agradecimentos.
O diretor ainda lembrou que 632 peças sofreram censura durante a ditadura militar. E pediu aplauso farto para Heleny Guariba, “atriz assassinadas pelos militares e cujo corpo jamais foi encontrado” e “para o mestre Augusto Boal”, diretor e teórico brasileiro do teatro que morreu em 2009.
A parte do público que ainda estava no salão o aplaudiu de pé — outra parte, desrespeitosa, não esperou o discurso do diretor e rumou desesperada para a barra de bebidas.
Veja mais fotos de quem foi à entrega do 27º Prêmio Shell de Teatro:
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ótima cobertura, o evento foi ótimo. beijos, pedrita