Dois ou Um com Luiz Fernando Marques

Luiz Fernando Marques - Foto: Reprodução/Facebook

Por BRUNA CRISTINA FERREIRA*

Luiz Fernando Marques, o Lubi, é o diretor do Grupo XIX de Teatro. Formado em audiovisual, ele também estudou na EAD (Escola de Arte Dramática da USP). Trabalha como cocriador de todos os espetáculos de seu grupo como Hysteria, Hygiene, Arrufos e Marcha para Zentura. Desde 2008, é orientador do Núcleo de Direção da Escola Livre de Teatro de Santo André. Santista, mora em São Paulo há muitos anos, mas não esquece suas raízes. Seu novo desafio é o Domingueira XIX, que ocorre um domingo por mês na Vila Maria Zélia, em São Paulo. O projeto, que estreou no fim de semana passado, propõe um dia de atividades culturais dando ao público a oportunidade de vivenciar a história do bairro e diferentes formas de arte.

1) Vila Maria Zélia ou Jardins?
As duas foram criadas para isolar seus moradores (operários e elite) . E as duas em certa medida fracassaram. Tem um pouco de vila nos jardins e um pouco de jardins na vila. Isso que é interessante nesta cidade. Sempre se tentou colocar cada qual em seu lugar . Mas o lugar se reinventa e o encontro e o embate é inevitável.

2) Rua Mário Costa ou avenida Paulista?
Estou num momento de relação profunda com a avenida Paulista em cartaz no prédio da FIESP/SESI com Bruto ensaiando com o Kunyn no parque Trianon. Tenho frequentado demais esta avenida, que nos últimos anos tem sofrido um processo enorme de reocupação dos pedestres. Percebo isso nitidamente cada vez tem mais gente na rua: não só se deslocando, mas andando de bike, skate, vendendo, se manifestando, catando, flertando e até à toa. A avenida Paulista, quem diria, ainda será o lugar do ócio do paulista. É bizarro mas é a cara desta cidade.

3) Domingo no parque ou domingo na rua?
Olha, como o domingo sempre dá aquela sensação que o tempo não passa … então, não precisamos escolher: façamos os dois.

4) Palco ou coreto?
Coreto… praça… armazém… apartamento… esquina… rio… praia … Por último o palco. Gosto de encontrar o lugar de cada peça e poucas vezes este lugar é o palco. Não gosto da ideia do lugar que está ali com a luz exata, com o som exato, com o ângulo de visão exato…. Gosto de fazer as peças abertas para o acaso da cidade, aberta ao inesperado, ao ruído, ao erro.

5) Santos ou São Paulo?
Santos. Santos. Santos. A gente nunca sai do lugar onde nasce. Mesmo que esta cidade seja uma cidade/porto onde muitos chegam e partem, ficamos sempre ali naquele mesmo cais. Quando abrimos nossa janela, onde quer que estejamos, é aquele horizonte que vemos. A maresia entra nos ossos e aquela saudade te acompanha como uma alergia. Santos pode até virar apenas uma fotografia na parede. Mas vai estar sempre ali: _ _ _ _ _ _

6) SFC ou SPFC?
Esta é fácil
Santos Futebol Clube
Até mesmo porque
O Santos não joga bola
O Santos dá espetáculo
O Santos não tem Jogadores
O Santos tem ícones
O Santos não ganha campeonatos
O Santos faz história

7) Cortiço ou arranha-céu?
E onde voas bem alto, eu sou o chão
E onde pisas o chão, minha alma salta
E ganha liberdade na amplidão

8) Hygiene ou Hysteria?
Não tenho esta escolha!
E nem é preciso escolher!
Felizmente as duas peças estão aí vivas. Acontecendo. Testemunhando o tempo, ganhando novas camadas e gerando novos encontros.

9) Tudo Aconteceu ou Nada Acontece?
Tudo e Nada está acontecendo

10) Luiz Fernando Marques ou Lubi?
Essa aqui só com muita terapia pra responder [risos]. Mas garanto que respondo rápido por qualquer um dos dois que me chamarem . Inclusive, hoje em dia, respondo até Psiu!

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