Cantora argentina Fabiana Cantilo diz que Cristo verdadeiro era comunista
Por MIGUEL ARCANJO PRADO
Fabiana Cantilo, o grande nome feminino do rock argentino, deu uma entrevista sincera à revista portenha Rumbos Digital. Na conversa, abriu o jogo sobre fatos de sua vida, como o namoro com o roqueiro argentino Fito Páez, e falou até de sua fé.
Questionada sobre sua religiosidade, Fabi, como é carinhosamente chamada pelos fãs, respondeu: “Eu sigo o caminho do verdadeiro Cristo, o único que é comunsita num mundo de ambições desmedidas, cobiça e capitalismo exacerbado”. E ainda concluiu o tópico: “Minha religião é a não violência, a de ajudar o próximo, a de crescimento espiritual”.
Superamor
Fabiana é uma das roqueira mais querida dos argentinos, tanto que foi eleita por uma rádio de Buenos Aires para gravar o disco Inconsciente Coletivo, com hits do rock argentino em versão acústica que foi um de seus grandes sucessos.
Agora, lança seu novo trabalho, Superamor. Sobre o disco novo, afirmou que recorreu às memórias da infância e adolescente, buscando sonoridades que se aproximassem de referências que passam por Beatles, Sting, Sinatra, José Larralde e Mercedes Sosa. E disse que suas letras estão melhores.

Fabi Cantilo com o rei do rock argentino, Charly García, de quem foi backing vocal – Foto: Divulgação
Drogas e meditação
Ela se diz recuperada das muitas internações por conta da dependência química. Na conversa com o jornalista Javier Firpo, declarou que sua última recaída foi três anos atrás e contou que agora faz meditação, que afirma ser “a base do equilíbrio e principal antídoto contra a loucura”. “Creio que a meditação nos traz ao eixo e nos permite viver um pouco melhor neste inferno que é o mundo”, filosofou.
Fabiana afirmou que não toma mais nada. “Nem álcool, nem drogas, nem nada. Não posso, nem quero. Agora sou uma pessoa confiável e previsível”, jurou a cantora que está solteira e vive acompanhada de três gatas: Ganímedes, Luna e Alegria. “Jantamos e vemos filmes”, revelou.
No relacionamento, disse que é “insuportável, gritona, histérica, reclamadora, ciumenta até não mais poder e insegura”.
A cantora ainda deu a entender que Charly García, o maior nome do rock argentino, está passando por problemas com drogas, mas que Fito Páez, de quem é ex-namorada, “nunca teve essa enfermidade, nunca foi viciado”.
Relação com Fito
Afirmou que a relação com o ex é muito boa. “Fito foi, é e será meu irmão, meu amigo íntimo. Tadinho, o tornei louco também”. E explicou como era a vida com o roqueiro.
“Estivemos seis anos juntos. Sabe o que foi pra mim? Você acredita que o cara ia a todos os lados com o violão e me cantava na orelha constantemente. Que chato! Eu o tirava xingando e ele se ofendia, tadinho. Eu lhe dizia qualquer coisa, não me importava nada. Charly, ainda que fosse, quando nos encontrávamos deixava tocar o pianinho um pouquinho; em troca, com Fito, não podíamos sequer ver um pouco de televisão. São dois divos, incapazes de fazer um ovo cozido ou lavar um garfo”, afirmou.

Fabi Cantilo disse que teve amor platônico por Luis Alberto Spinetta, que morreu em 2012 – Foto: Divulgação
Amor platônico por Spinetta
Ainda em assuntos amorosos, a cantora falou que Luis Spinetta, outro grande nome do rock argentino, foi seu amor platônico ainda durante o namoro com Fito.
“Ainda estava com Fito, eles estavam fazendo algumas coisas juntos. E eu olhava Spinetta demorados minutos, mas olhava como quem admira alguém, entende?”. E continua. “Eu tinha ciúmes de Fito porque ele era mais amigo de Spinetta que eu. Porque eu queria pertencer, formar parte dessa intimidade que eles tinham. Não estava com tesão no Flaco [apelido de Spinetta]. Spinetta foi meu amor platônico. Quando ele morreu [em 2012] eu me acabei de chorar”, declarou.