Crítica: Em Trago Seu Amor, Dellani Lima expõe de forma sensível a dor do fim
Por MIGUEL ARCANJO PRADO
Quem espera um cinema pasteurizado de fácil deglutição certamente não é público capaz de dialogar com o filme Trago Seu Amor, de Dellani Lima.
O cineasta, paraibano de Campina Grande radicado em São Paulo, mas com forte diálogo com o cinema feito no restante do País, incluindo aí Minas, onde morou muito tempo, é sensível e proponente com suas imagens.
Dellani parece querer transpor para a tela grandes e pequenos sentimentos que invadem um ser cujo amor se esvai, muitas vezes sem percepção (ou culpa?) própria.
No longa, para concretizar seu discurso imagético, utiliza três distintos casais em conflito, o último deles composto por dois homens, fato sutil, mas que, no Brasil atual, pode ser lido como posicionamento político muito bem-vindo em nome do direito ao amor para todos.
Enquanto a cinematografia de Dellani parece não encontrar abrigo nos dois primeiros casais, ainda sem peso cênico para o tipo de cinema que ele propõe, Trago Seu Amor cresce de forma considerável na última história (com Léo Kildare Louback e Geraldo Júnior), justamente por ter atuações mais potentes e que dialogam com a profundidade proposta pelo diretor.
Em Trago Seu Amor, Dellani Lima exibe, ainda de forma tímida, a potência sensível que já o torna nome do cinema brasileiro contemporâneo a ser acompanhado de perto por espectadores de sentidos aguçados.
Trago Seu Amor * * *
Avaliação: Bom
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