Contra violência, Satyrianas tem teatro, Carnaval e batalha de MCs
Por MIGUEL ARCANJO PRADO
O teatro paulistano está em polvorosa. Afinal, começa às 18h desta quinta (18) e vai até meia-noite de domingo (22) a 16ª edição da Satyrianas. No feriadão da Consciência Negra, o festival dura 78 horas e movimenta a praça Roosevelt, reduto teatral da metrópole, e seus arredores.
O tema é Caldeirão de Culturas e tem por objetivo promover a conscientização de que é possível tribos diferentes conviverem num mesmo espaço, com respeito mútuo. A organização, sob comando de Gustavo Ferreira, informa que a escolha do tema “vem na esteira de alguns acontecimentos violentos na praça Roosevelt”.
O evento foi criado por Ivam Cabral e Rodolfo García Vázquez, fundadores do Satyros.
Na maioria absoluta dos espetáculos é o público que escolhe quanto quer pagar. Só não vale ser muquirana com os artistas. Afinal, eles tanto batalham para encher a cidade cinza de poesia. Nem que seja só durante mais uma apresentação.
Entre os destaques está o desfile da tradicional escola de samba Vai-Vai, campeã do último Carnaval, marcado para 19h do sábado (21). Prometem cantar não só o enredo campeão, sobre Elis Regina, como também apresentar o enredo de 2016, sobre a França.
O Grupo Sensus também promete intimidade com sessões individuais performativas. Até a Igreja da Consolação estará integrada ao evento, com uma apresentação do Coral da Cidade.
Debates também serão promovidos, com nomes como o dramaturgo Mário Vianna e o escritor Marcelino Freire. Um deles discutirá o negro e o imigrante no teatro, com presença de artistas imigrantes e negros na cena paulistana com mediação do jornalista Miguel Arcanjo Prado.
Os skatistas também são incorporados ao evento, que ainda terá Batalha de MCs. O SatyriCine continua exibindo filmes da cena independente durante o evento. Outro charme, as AutoPeças acontecem dentro de carros estacionados na praça ou em movimento pelo centro.
No DramaMix, dramaturgos apresentam suas novas obras, entre eles estão Viviane Roesil e Lauro César Muniz. Para matar a fome do público, haverá uma Feirinha Gastronômia com 12 barracas, oferecendo quitutes como acarajé e baião de dois, além de sanduíches especiais.
É só rumar para a Roosevelt e aproveitar.