Cena da peça Orgía ou De Como os Corpos Podem Substituir as Ideias, do Teatro Kunyn, no 25º Festival de Teatro de Curitiba, em primeiro plano o ator Ronaldo Serruya – Foto: Annelize Tozetto/Clix
Por MIGUEL ARCANJO PRADO Enviado especial a Curitiba* Fotos ANNELIZE TOZETTO/Clix
Orgía ou De Como os Corpos Podem Substituir as Ideias, do Teatro Kunyn, dialogou com um local conhecido pela “pegação” homossexual na capital paranaense neste 25º Festival de Teatro de Curitiba.
A peça, já apresentada com sucesso em São Paulo e em Salvador, onde contou com a colaboração do grupo A Outra Companhia de Teatro, conta as aventuras sexuais do intelectual argentino Tulio Carella em Recife na década de 1960. Em São Paulo, a obra foi realizada no parque Trianon, conhecido reduto de garotos de programa na capital paulista.
Em Curitiba, com produção executiva de Fernando Gimenes, o local público escolhido foi a praça Osório. “O que nos interessa é uma praça que seja uma minicidade. A praça Osório tem isso, de ser um point homossexual, de pegação e prostituição. Também utilizamos de cenário uma casa que fica no alto do Edifício Anita, um lugar incrível”, conta Luiz Fernando Marques, o Lubi, diretor da peça — ele também é diretor de outra companhia paulistana, o Grupo XIX de Teatro.
Luiz Fernando Marques, o Lubi, diretor de Orgía – Foto: Annelize Tozetto/Clix
No Festival, além dos três atores que dão vida a Carella, Luis Gustavo Jahjah, Paulo Arcuri e Ronaldo Serruya, a peça contou com a participação de oito atores curitibanos selecionados: André Rabello, Bruno Gabriel, Daniel Valenzuela, Emmanuel Faria, Guilherme Mendes Muniz, Thalles Terêncio, Heleno Rohn e Wenry Bueno.
Lubi conta que ainda sonha em se apresentar com a montagem em Recife, onde se passa a história. “No processo, viajamos para Recife e também para Buenos Aires. E o curioso foi que em Recife os lugares de pegação que ele conta no livro Orgia – Os Diários de Tulio Carella ainda são os mesmos”, revela Lubi.
Parte da peça Orgía foi apresentada na praça Osório, centro curitibano, no 25º Festival de Teatro de Curitiba – Foto: Annelize Tozetto/Clix
O diretor conta que a peça chegou a ser perseguida em São Paulo por conta do nome e da temática. “A Prefeitura foi acionada, pessoas mandaram cartas, fizeram reclamação, criticavam. Falavam que os atores estavam de samba canção na parque, se apegavam a estes detalhes para nos atacar”, lembra.
Para Lubi, a geração de gays hoje na faixa entre os 30 e 40 anos conquistou muitas coisas importantes. “Acho a questão dos direitos civis muito interessante, já que estamos vivendo numa sociedade normativa. Mas também é interessante mostrar que podemos ir, se quisermos, para outros lugares, entendermos a vida, a sexualidade e a cidade de uma outra maneira, com outros conceitos”, diz. “Os gays apresentam uma nova maneira de lidar com o afeto e o corpo”, conclui.
Cena da peça Orgía ou De Como os Corpos Podem Substituir as Ideias no 25º Festival de Teatro de Curitiba; parte da obra aconteceu em uma casa em cima do Edifício Anita, no centro curitibano – Foto: Annelize Tozetto/Clix
Cena da peça Orgía ou De Como os Corpos Podem Substituir as Ideias no 25º Festival de Teatro de Curitiba – Foto: Annelize Tozetto/Clix
Cena da peça Orgía ou De Como os Corpos Podem Substituir as Ideias no 25º Festival de Teatro de Curitiba, ao centro, Luiz Gustavo Jahjah – Foto: Annelize Tozetto/Clix
Cena da peça Orgía ou De Como os Corpos Podem Substituir as Ideias no 25º Festival de Teatro de Curitiba – Foto: Annelize Tozetto/Clix
Cena da peça Orgía ou De Como os Corpos Podem Substituir as Ideias no 25º Festival de Teatro de Curitiba, em foco, Paulo Arcuri – Foto: Annelize Tozetto/Clix
Cena da peça Orgía ou De Como os Corpos Podem Substituir as Ideias no 25º Festival de Teatro de Curitiba, em cena, o ator Paulo Arcuri – Foto: Annelize Tozetto/Clix
Cena da peça Orgía ou De Como os Corpos Podem Substituir as Ideias no 25º Festival de Teatro de Curitiba – Foto: Annelize Tozetto/Clix
Cena da peça Orgía ou De Como os Corpos Podem Substituir as Ideias no 25º Festival de Teatro de Curitiba, de braços cruzados o ator Luiz Gustavo Jahjah – Foto: Annelize Tozetto/Clix
Cena da peça Orgía ou De Como os Corpos Podem Substituir as Ideias no 25º Festival de Teatro de Curitiba – Foto: Annelize Tozetto/Clix
Cena da peça Orgía ou De Como os Corpos Podem Substituir as Ideias no 25º Festival de Teatro de Curitiba – Foto: Annelize Tozetto/Clix
Cena da peça Orgía ou De Como os Corpos Podem Substituir as Ideias no 25º Festival de Teatro de Curitiba, ao centro, Ronaldo Serruya – Foto: Annelize Tozetto/Clix
Cena da peça Orgía ou De Como os Corpos Podem Substituir as Ideias no 25º Festival de Teatro de Curitiba, com Ronaldo Serruya, Paulo Arcuri e Luiz Gustavo Jahjah – Foto: Annelize Tozetto/Clix
Cena da peça Orgía ou De Como os Corpos Podem Substituir as Ideias no 25º Festival de Teatro de Curitiba – Foto: Annelize Tozetto/Clix
Cena da peça Orgía ou De Como os Corpos Podem Substituir as Ideias no 25º Festival de Teatro de Curitiba, em primeiro plano, a produtora teatral Rachel Coelho, que viu a obra – Foto: Annelize Tozetto/Clix
Cena da peça Orgía ou De Como os Corpos Podem Substituir as Ideias no 25º Festival de Teatro de Curitiba, de marrom, Paulo Arcuri – Foto: Annelize Tozetto/Clix