Chaplin colocou riso e lágrimas para enfrentar ódio e terror, por Kiury

Carlitos por Charles Chaplin e Kiury: homenagem ao ídolo - Foto: Divulgação

Carlitos por Charles Chaplin e Kiury: homenagem ao ídolo – Foto: Divulgação

Acaba de ser inaugurado neste mês de abril, na Suíça o museu Chaplin’s World, dedicado à trajetória de um dos maiores nomes do cinema. Intérprete em São Paulo do personagem lendário de Charles Chaplin, Carlitos, o artista Kiury escreve, a convite do site, sobre o ídolo e este novo espaço que o celebra. Leia com toda a calma do mundo.

O artista Kiury - Foto: Divulgação

O artista Kiury – Foto: Divulgação

Chaplin é o maior mito do cinema

Por KIURY*

Quando o Charlie Chaplin chegou aos Estados Unidos , com a trupe teatral do Fred Karno, ele não imaginava tudo o que estava para acontecer, mas, com certeza, tinha noção do que poderia acontecer…

Ariano, filho de artistas e nascido com aquele “Q a mais”, tinha tudo para ser notado.

Chaplin não teve uma infância fácil. Sua mãe tinha problemas mentais, seu pai abandonou a família e ele passou longos períodos em lares para órfãos e crianças pobres da Inglaterra.

“Uma pessoa pode ter uma infância triste e mesmo assim chegar a ser muito feliz na maturidade.” dizia ele.

No final da segunda turnê da trupe teatral do Fred Karno nos Estados Unidos, ele resolve ficar na América, e os outros artistas voltam para a Inglaterra. Dentre eles, Stan Laurel, que depois ficou conhecido interpretando o magro de “O Gordo e o Magro”.

Chaplin é descoberto, e tem sua primeira chance no cinema.

Em 1914, ele atua em “Making a Living”, da produtora Keystone. Surgia o adorável vagabundo de calças largas, casaco apertado, sapatos enormes e chapéu coco, bengala e bigodinho.

“Na verdade, o personagem Carlitos – essa figura que não sou eu, mas que se assemelha comigo como a um irmão – é para mim uma terrível responsabilidade.” falava ele.

Com o Carlitos ele trouxe entretenimento e um olhar crítico, que notamos nos clássicos “Tempos Modernos” e “O Grande Ditador”, que são obras visionárias e que sobrevivem ao tempo.

Chaplin tinha consciência da importância do sorriso, mas sabia que podia trazer mais para a humanidade.

“Que eu seja um comediante – mas um comediante que pensa”, afirmava.

Seus últimos filmes foram falados, mas é a imagem do Carlitos que foi imortalizada.

Chaplin é uma lenda, um ícone e o maior mito do cinema.

Fachada do museu Chaplin's World, na Suíça - Foto: Divulgação

Fachada do museu Chaplin’s World, na Suíça – Foto: Divulgação

Neste ano, o mundo está sendo presenteado com o Chaplin’s World, o museu oficial do Chaplin, na Suíça.

Foram 15 anos transformando a residência que ele passou os últimos anos de vida em museu.

O espaço traz objetos do acervo da família, fotos, estátuas e espaços temáticos inspirados em filmes e em momentos da sua vida.

Chaplin’s World traz ainda estátua do Michael Jackson, que era fã do Chaplin, estátua do Buster Keaton, que era outro gênio da comédia e atuou com Chaplin em “Luzes da Ribalta”, além de estátuas de atrizes que atuaram com Chaplin.

No dia da inauguração oficial, estiveram presentes alguns filhos, netos e familares de Charles Chaplin.

Chaplin’s World já é considerado um dos maiores pontos turísticos da Suíça. Além de ser um grande presente para os fãs e mais um momento na trajetória do gênio.

No momento atual, que o mundo passa por grandes conflitos, precisamos de espaços que trazem um novo “ar”, ainda mais quando é um espaço sobre um homem que acreditava na união dos povos, quebra de fronteiras e na transformação da humanidade.

“Creio no riso e nas lágrimas como antídotos contra o ódio e o terror”, dizia ele.

Salve, Charles Chaplin!

* KIURY é ator e interpreta o personagem Carlitos em peças, TV e publicidade. Já trabalhou como nomes como Walter Portella, Ivaldo Bertazzo, Péricles Martins, Ivan Antonio e Sergio de Oliveira. Esteve em espetáculos como “Centenário Chaplin”, “Revaudeville” e “Phedra por Phedra”, ao lado da diva Phedra D. Córdoba, entre outros.

 

Charles Chaplin no filme "O Garoto", um clássico - Foto: Divulgação

Charles Chaplin no filme “O Garoto”, um clássico – Foto: Divulgação

 

1 Resultado

  1. Quem não viu tempos modernos; se não viu a obra viu ou vai ver com azedume a reprodução do discurso patronal de um diretor da Fiesp, almoço-lanche de quinze minutos igual aos americanos! Chaplin já previa isso, já sentia e criticava, tanto fez o moço, que teve de se exilar. Nosso grande e eterno Chaplin, que o reino da justiça e da humanidade não tenha fim, pois sempre haverá pessoas de sensibilidade para afrontar com rosas os petardos de (não vou nomear) de plantão.

Deixe um comentário para Camilo Irineu Quartarollo Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *