Sambadas estreia na Virada Cultural de SP e dá voz à mulher na batucada
Por MIGUEL ARCANJO PRADO
Uma roda de samba de mulheres chamada Sambadas promete agitar a Virada Cultural de São Paulo, neste domingo, a partir das 14h, no Palco Princesa Isabel, no centro.
É a primeira vez que elas participam do evento. São sete mulheres que “saúdam as guerreiras do samba e lutam pelo protagonismo das mulheres” neste espaço musical.
Ao site, elas contam a expectativa para o show: “Esperamos que muita gente venha curtir com a gente; queremos mostrar que a mulherada pode, deve, fez e faz muito samba bom”, afirmam, uníssonas.
Até a data de nascimento da banda paulistana é emblemática: 8 Março de 2015, Dia Internacional de Luta da Mulher, como definem. Desde então, espalham seu ritmo em bares, praças, espaços culturais e eventos feministas.
A Sambadas é composta por Bianca Cruz (percussão e voz), Camila Midori (percussão e voz), Carol Nascimento (voz e violão), Débora Leonel (percussão e voz), Erêndira Oliveira (voz e percussão), Maria Fernanda (voz e percussão), Paloma Amorin (voz, clarinete e percussão).
“Festa e resistência”
No repertório não faltam grandes nomes do samba. Gente do quilate de Dona Ivone Lara, Jovelina Pérola Negra, Arlindo Cruz, Leci Brandão, Geraldo Filme, Toniquinho Batuqueiro, Douglas Germano, e Kiko Dinucci. Ainda há músicas autorais da Carol Nascimento e de Camila Midori. Ainda há espaço para sambas de roda, coco, batuque de umbigada e pontos.
“Estar na Virada para nós é ocupá-la com samba que é festa e também resistência. Tem muita gente que acha que mulher tem que ser ‘bela, recatada e do lar’, que mulher no samba tem que ser como certas emissoras de TV exibem. Não! O samba nasceu na resistência da cultura negra e em muitos quintais e terreiros liderados por mulheres. Queremos essa história reconhecida, que seja motivação para que mais mulheres ocupem com muita voz e batucada os palcos, as noites, as ruas”, discursam.
Eu aplaudo as mulheres no samba e acho ótima a iniciativa. Mas, por outro lado, também amo as mulheres que são recatadas, belas e do lar. Penso que cada um deve fazer o que tem vontade, desde que não agrida ao outro: se a mulher quer ser recatada e do lar, é direito dela e deve ser respeitada sua escolha; se a mulher quer promover a roda de samba, é igualmente direito dela e deve ser tão respeitada quanto. Admiro esses dois estilos: valorizo demais o trabalho da mulher que cuida do lar (um trabalho que não cessa e é, muitas vezes, menosprezado) como também admiro o trabalho de mulheres sambistas. A Clara Nunes, a Dona Ivone Lara, a Jovelina Pérola Negra e a Beth Carvalho, por exemplo, são ícones do samba e não é por conta do gênero que deixaram de escrever seu nome na história do samba brasileiro.
Meninas…. Vocês são demais, te amo ? camila? beijão pra todas.