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Festival não é só peça: encontros abrem diálogos no FIT-BH

Cena do workshop de voz com a britânica Susan Worsfold no FIT-BH - Foto: Divulgação

Cena do workshop de voz com a britânica Susan Worsfold no FIT-BH – Foto: Divulgação

Por Miguel Arcanjo Prado
Enviado especial a Belo Horizonte (MG)*

Nem só de peça vive o FIT-BH (Festival Internacional de Teatro, Palco & Rua de Belo Horizonte). A 13ª edição, que vai até este domingo (29) com 70 atrações, conta com conferências, palestras, lançamento de livros, oficinas e workshops gratuitos.

Para Jacqueline de Castro, coordenadora de Projetos Especiais do FIT-BH 2016, estes eventos são oportunidades únicas. “Para o estudante de teatro, o festival é mundo a ser explorado, degustado e aproveitado na totalidade de todas as possibilidades que se apresentam dentro de uma programação”, fala. Por isso, reforça a importância da parceria com as escolas de teatro de Belo Horizonte nestas atividades, como a UFMG, o Cefart, o Arena – Escola Livre de Artes e do Galpão Cine-Horto.

Leia a cobertura completa do FIT-BH no Blog do Arcanjo no UOL

Bya Braga, curadora de Ações Formativas do FIT-BH 2016, lembra que “ações formativas em um festival ajudam a fortalecer o caráter inclusivo do teatro”, indo “além da fruição da chamada ‘vitrine’ de espetáculos”. Em sua visão, uma curadoria precisa pensar “nas diversas potências que um espetáculo pode oferecer”, incluindo aí ações formativas. “Um festival deve olhar para a vida contemporânea”, define.

O estudante de teatro Guilherme Diniz: mais próximo da crítica – Foto: Alexandre Guzanshe

Crítica e festivais

O olhar reflexivo para o tablado esteve presente no seminário “Crítica Teatral, de Bárbara aos Blogs”, com mediação de João Paulo Cunha e participação dos jornalistas e críticos Miguel Anunciação, Carolina Braga, Joyce Athiê e Miguel Arcanjo Prado.

“Falar de crítica neste momento de crise que ela vive é fundamental, sobretudo para refletir novos formatos e formas mais reflexivas de enxergar a atividade. O debate foi ótimo e espero que abra caminho para uma presença mais contundente da crítica no FIT-BH, seja com uma oficina de crítica teatral ou mesmo uma presença maior de críticos escrevendo sobre os espetáculos do festival”, diz a jornalista e crítica Joyce Athiê. O estudante de teatro Guilherme Diniz participou do debate. “Estar diante de jornalistas e críticos é uma chance incrível para mim, que estou desenvolvendo projeto de pesquisa sobre a crítica”, contou.

Outra roda de conversa abordou “O Papel dos Festivais nas Políticas Públicas para as Artes Cênicas”, com Guilherme Marques, Denilson Tourinho, Marcelo Castillo, Alaôr Rosa e mediação de Murilo Pereira. Eles lembraram a dificuldade de financiamento para os festivais. “Precisamos de elaborar indicadores para o teatro”, reforçou Guilherme Marques, da bem sucedida MITsp (Mostra Internacional de Teatro de São Paulo) e que propõe uma rede que una os festivais no Brasil.

Wellinton Oliveira: “patamar cultural elevado” – Foto: Alexandre Guzanshe

E o público parece aprovar tanto diálogo. Para o professor Wellinton Moraes de Oliveira, o FIT “promove um intercâmbio fundamental”. “Coloca a cidade num patamar elevado de política cultural”, avalia.

Três livros são lançados neste FIT-BH:  “A Arte e a Cidade – Lugares e Expressões Teatrais de Belo Horizonte”, organizado por Françoise Jean de Oliveira Souza, Glória Reis e Leônidas José de Oliveira; “Degolarratos”, de Enzo Moscato com tradução de Anita Mosca; e “Stanislavski – Vida, Obra e Sistema”, de Aimar Labaki e Elena Vássina.

Ainda acontecem as oficinas “Atuando na Rua… Sem Morrer no Processo”, com o chileno Rodolfo Meneses, “As Girafas Invadem BH”, com os franceses da Compagnie Off, um workshop de voz a partir de Shakespeare com a britânica Susan Worsfold em parceria com o British Council, e, nos últimos dias do FIT-BH, a russa Elena Vássina e o brasileiro Aimar Labaki dão cursos com base em Stanislavski.

Colaborou Janaina Cunha

*O jornalista Miguel Arcanjo Prado viajou a convite do FIT-BH.


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