11ª CineOP termina com foco na preservação do audiovisual brasileiro
Por MIGUEL ARCANJO PRADO
Enviado especial a Ouro Preto (MG)*
Após seis dias de olhar profundo para o audiovisual brasileiro e sua preservação, a 11ª CineOP chegou ao fim na noite desta segunda (27) em Ouro Preto.
Com participação de 15 mil pessoas, o evento teve 92 filmes gratuitos em mais de cem horas de programação, que contou ainda com 22 debates e 150 convidados.
O público ouro-pretano reviu filmes marcantes da história de nossa sétima arte, caso de “A Próxima Vítima” (1983), de João Batista de Andrade, e “Cabra Marcado para Morrer” (1964-1984), de Eduardo Coutinho, homenageado ao lado do restaurador Chico Moreira nesta edição.
A CineOP aproximou o cinema da televisão e da educação. A Mostra Histórica, sob curadoria do crítico de cinema Francis Vogner dos Reis, focou em filmes do período da abertura pós-ditadura, entre 1976 e 1988. Já o curador Hernani Heffner cuidou da temática Preservação, que discutiu o cuidado com os arquivos de TV. Adriana Fresquet, por sua vez, esteve à frente da temática Educação.
“Tivemos conquistas históricas nesta edição. A entrega do Plano Nacional de Preservação e os diálogos entre o cinema, a TV e a educação foram os destaques. A CineOP está consolidada e foi reconhecida como palco das discussões que vêm ajudando a garantir a preservação do audiovisual brasileiro”, afirmou a coordenadora geral da CineOP, Raquel Hallak.
Na ação nos bairros, cerca de 1.000 pessoas assistiram ao filme “Que Horas Ela Volta?” (2015), de Anna Muylaert. Crianças de 21 escolas também viram filmes dedicados ao público infanto-juventil, com mais de 3.000 espectadores mirins. Quatro oficinas capacitaram 220 alunos.
Foi anunciada também uma parceria entre a Universo Produção e a UFOP (Universidade Federal de Ouro Preto), representada pelo reitor Marcone Souza, para a recuperação do Cine Vila Rica.
“Conquistas importantes e históricas foram registradas nesta edição do evento, reafirmando a CineOP como fórum de discussões, encontros, diálogos, e encaminhamento de ações que refletem os anseios do setor da preservação, da educação, para a salvaguarda do patrimônio audiovisual brasileiro a favor da nossa memória e identidade nacional”, disse Raquel Hallak. Também foram eleitas as novas diretorias da Rede Kino e da ABPA (Associação Brasileira de Preservação Audiovisual), agora encabeçada por Carlos Roberto Rodrigues de Souza (presidente) e Paloma de Melo e Silva Rocha (vice-presidente) .
*O jornalista Miguel Arcanjo Prado viajou a convite da CineOP.