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Por trás do pano – Rapidinhas teatrais

Peça "Eleguá" é apresentada em Guarulhos, neste sábado, de graça - Foto: Enoá

Peça “Eleguá” é apresentada em Guarulhos, neste sábado, de graça – Foto: Enoá

Por MIGUEL ARCANJO PRADO

Ancestralidade
A diretora e dramaturga Antonia Mattos está felicíssima com o sucesso da peça “Eleguá, Menino e Malandro”, que fez temporada em agosto na Fábrica de Cultura do Jaçanã. Tanto que já marcou uma nova apresentação para este sábado (3), às 16h, em Guarulhos, no Terreiro Abassá de Xangô Agodô e Odé Erinlé. O endereço é rua Cristolância, 614, no bairro Vila Barros. Estão todos convidados.

África-Brasil
Fundadora do Clã Jabuti, Antonia conta à coluna que seu interesse é “investigar um teatro que parta das histórias sobre a nossa ancestralidade, a cultura popular e as manifestações ritualísticas de música, canto e dança afro-brasileiras”. Por isso, resolveu pesquisar a figura de Exu. “Pude perceber o quanto essa divindade era caluniada, temida, combatida, sendo cercada de preconceito e discriminação. Então decidi começar um processo de investigação que pudesse trazer outros pontos de vista e lançar luz sobre outras características deste orixá”, revela.

Cubano
Antonia segue: “Foi quando descobri que em Cuba ele é cultuado como uma criança e lá recebe o nome de Eleguá, príncipe Eleguá. No Brasil nossas crianças entram em contato desde cedo com histórias de origem europeia e pouco conhecem sobre as histórias de origem indígena e africana. Infelizmente existe um imaginário étnico racial que privilegia e valoriza as raízes europeias. Por isso, acredito ser tão necessário que o diálogo da encenação e da dramaturgia se estabeleça principalmente com nossos jovens e crianças”, manda o recado.

Daniele Nastri e Paulo Szot: estreia conjunta em “My Fair Lady” – Foto: João Caldas

Sonho realizado
Paulo Szot, o brasileiro que ganhou Prêmio Tony na Broadway, estreou seu primeiro musical no Brasil: “My Fair Lady”, com direção de Jorge Takla, na última quarta (31), no Teatro Santander, em São Paulo, em sessão para convidados. Sua parceira de cena, Daniele Nastri, também faz seu primeiro musical no Brasil. E na vida.

Clássico
Considerado um dos musicais mais populares de todos os tempos, o clássico “My Fair Lady” completa 60 anos. É baseado no clássico Pigmalião, de George Bernard Shaw, com a história de um professor aristocrata, Mr. Henry Higgins (Paulo Szot), que aceita o desafio de transformar a pobre Eliza Doolittle (Daniele Nastri), vendedora de rua sem qualquer refinamento, em uma dama da alta sociedade. Fica em cartaz até 6 de novembro.

Curtíssima temporada
“Com Amor, Brigitte” faz sessões nos dias 10 e 11 de setembro, no Teatro Municipal de Santo André, no ABC paulista. No elenco estão Bruna Thedy e André Corrêa sob direção competente de Fábio Ock.

Elizabeth Savala quer fazer as pessoas rirem com seu monólogo – Foto: Divulgação

Rir pra não chorar
Diante das trevas em que o Brasil mergulhou, Elizabeth Savala, que volta aos palcos de São Paulo, só quer fazer rir o espectador com a comédia “A.M.A.D.A.S – Associação das Mulheres que Acordam Despencadas”, que estreia no dia 10 no Teatro Brigadeiro. “Principalmente neste momento que o país está atravessando. O povo precisa rir de alguma coisa, não é mesmo? Nem que seja de si próprio. E a peça faz isso. A peça mostra o ridículo a que se pode chegar para conseguir uma coisa que às vezes não tem nenhuma importância”, diz Savala.

Tiro, porrada e bomba
Os teatros da praça Roosevelt estão sendo prejudicados por conta da violência policial que reprime qualquer manifestação democrática contra o governo Temer com bombas, balas de borracha e violência. Nesta quinta (1º), bombas foram jogadas dentro dos bares da praça, como o Parlapatões e Papo, Pinga e Petisco, que tiveram de fechar suas portas com os clientes dentro.

O ator Fredy Állan foi agredido com um tiro de bala de borracha – Foto: Reprodução

Agredido
O ator Fredy Állan, que integrou o Teat(r)o Oficina e o elenco da série “Castelo Rá-Tim-Bum”, na qual viveu o personagem Zequinha, tomou um tiro de bala de borracha em um dos protestos no centro de São Paulo contra o governo Michel Temer. “Sou Fredy Állan, vitima de tiro intencional da Polícia Militar em caminhada de respiração a favor da vida”, afirmou.

Ferida
A estudante da UFABC (Universidade Federal do ABC) Deborah Fabri, de 20 anos, teve pior sorte com o tiro que levou. Ficou cega do olho esquerdo.

Tratamento diferenciado
A diretora musical Fernanda Maia, chocaca com o nível de violência policial sobre os manifestantes contrários a Temer, fez importante observação: “Diferença do tratamento de quem foi pra Paulista de camiseta verde e amarela e teve catraca livre no metrô”.

Luís Mármora foi agredido com um tiro de bala de borracha – Foto: Reprodução

Tristes tempos
O ator Luís Mármora também foi ferido com tiro de bala de borracha. Ele desabafou: “Meu direito de discordar de vocês e de me manifestar livremente não existe mais… A democracia? Se anuncia como uma distante senhora neste 31 desgosto. Que tempos miseráveis”.

“Republiqueta imunda”
Sobre a queda de Dilma, o ator Ivam Cabral declarou: “Não, um impeachment nunca será motivo de comemoração. Envergonhemo-nos, somos uma republiqueta imunda”.

Violência
Ivam Cabral ainda foi vítima de um roubo, como conta: “Nas últimas noites, o centro da cidade tem parecido um cenário de guerra. Primeiro, multidões aqui e acolá vociferando contra o governo e contra a polícia. Depois, barulhos ensurdecedores de bombas, embalados por sons de sirenes e helicópteros. Não raras vezes, o gás lacrimogênio destas bombas chega até você. É quando você quer morrer. Pra animar mais esta sequência de cenas de horror, tive meu celular roubado por um ciclista assaltante, em plena Praça Roosevelt, a menos de 50 metros de uns policiais. E os dias seguem e a vida vai se esmorecendo, pouco a pouco”.

Renata Martins e Marcella Vicentini em “Tiros em Osasco”, que teve sessão cancelada por manifestação pró impeachment – Foto: Leekyung Kim

Sessão interrompida
Mesmo com alta procura e filas todos os dias, a peça “Tiros em Osasco”, do Sesi, na av. Paulista, precisou cancelar a sessão da fatídica quarta (31). É que manifestantes pró-impeachment fecharam o local com seu trio elétrico, para celebrar a queda de Dilma. Com champanhe.

Moisés Patrício participaria de bate papo com público de “Tiros em Osasco” no domingo, mas evento foi adiado – Foto: Divulgação

Palestra interrompida
Como o próximo domingo (4) pode ser de enfrentamento na av. Paulista, foi adiado o bate-papo que aconteceria após a peça “Tiros em Osasco”, que começa às 19h30, com o artista Moisés Patrício. Ele aborda o cotidiano da periferia de São Paulo, tema presente na obra dirigida por Yara de Novaes e escrita por Cássio Pires inspirada na horrenda chacina de 2015. Policiais foram acusados dos crimes. A ainda não há previsão de uma nova data para o encontro.

Encontro marcado
Com Elias Andreato e Claudio Fontana em cena, “Esperando Godot” estreia no dia 9 de setembro no Tucarena, em São Paulo.

Peça de Rodrigo García, “4” abre o quarto Mirada – Foto: Divulgação

Latinidade
A peça “4”, da Espanha, sob direção do argentino Rodrigo García, abre o quarto Mirada – Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas de Santos, na próxima quinta (8), no Sesc Santos, litoral paulista. A obra faz uma crítica ao consumismo.

Do outro lado da vida
“Ghost, o Musical” faz sessão para convidados na segunda (5), no Teatro Bradesco, em São Paulo. É inspirado no filme com Demi Moore, Patrick Swayze e Woopi Goldberg.

Com Cinderela negra, Grupo Gattu estreia infantil neste sábado (3) – Foto: Renato Rebizzi

Cinderela negra
O Grupo Gattu estreia o espetáculo infantil “Cinderela” neste sábado (3), com sessões sábados domingos, às 16h e, no Teatro do Sol, em Santana, São Paulo. As apresentações são gratuitas. Miriam Jardim é a protagonista da obra escrita e dirigida por Eloisa Vitz, que fez questão de colocar uma protagonista negra. “Nossa intenção com esta montagem é mostrar a importância da convivência com as diferenças e a diversidade humana, sempre de forma leve e bem humorada”, fala a artista.

0800
A peça “Limpe Todo o Sangue Antes que Manche o Carpete” com Ed Moraes, volta aos palcos de São Paulo entre 9 e 18 de setembro, na Caixa Cultural da Sé, de graça. Depois, vai virar filme. O texto é o primeiro do carioca Jô Bilac que foi montado em São Paulo.

Adrén Alves, em “Gonzagão, a Lenda”: acesso para pessoas carentes – Foto: Emi Hoshi/Clix

Para todos
O projeto Eu Faço Cultura informa que já distribuiu mais de 62 mil ingressos de produtos culturais para pessoas carentes em todas as regiões do Brasil. O teatro é um dos maiores destaques do plataforma, entre os espetáculos adultos que estiveram disponíveis para os beneficiários destacam-se a peça “Nós”, do mineiro Grupo Galpão, atualmente em cartaz no Sesc Consolação. Outras peças que também participaram foram “Estamira”, “Os Monólogos da Vagina” e “Gonzagão a Lenda”.

Cadastro
O projeto é uma iniciativa da FENAE e das APCEFs, e conta com a participação de milhares de empregados da ativa e aposentados da Caixa. Caixa Seguradora e Par Corretora patrocinam. Tudo com subsídio da Lei Rouanet. Além de teatro, a plataforma distribui entradas para shows, cinema e livros para pessoas de baixa renda cadastrados. Para conferir a vitrine com todos as atrações culturais e se cadastrar, é só acessar o site www.eufacocultura.com.br.

Ana Flavia Cavalcanti e Victor Albuquerque estão em “Giz” – Foto: Divulgação

Amor proibido?
O romance entre um aluno pedreiro e uma professora é o enredo da peça “Giz”, em cartaz quartas e quintas, 21h, na SP Escola de Teatro, em São Paulo. O texto de Maria Shu tem os atores Ana Flávia Cavalcanti e Victor Albuquerque. Estão todos convidados. Ah, a temporada vai até 6 de outubro, com entrada a R$ 20 a inteira e R$ 10 a meia.

“Meu Quintal” tem sessões aos domingos, às 16h, na praça Roosevelt – Foto: Divulgação

Brincadeira de criança
Após fazer sucesso na Bahia por 16 anos, a peça “Meu Quintal” chega a São Paulo neste domingo (4), às 16h, na SP Escola de Teatro. Mostra a importância do “brincar sem o uso de brinquedos convencionais e eletrônicos, mostrando que brincar como antigamente e com a imaginação pode ser uma incrível aventura”, conta à coluna a atriz Maria Teixeira. As sessões são todos os domingos de setembro no mesmo horário. Vai, gente.

“Neva” faz temporada grátis na Vila Maria Zélia, em SP – Foto: Divulgação

Nova temporada
Após esgotar ingressos na curta temporada do Centro Cultural São Paulo, a terceira montagem do Núcleo de Criação Isso Não É Um Grupo, “Neva”, texto do premiado dramaturgo chileno Guillermo Calderón, reestreia no próximo dia 10 de setembro, às 20h, no Armazém XIX, sede do Grupo XIX de Teatro na Vila Maria Zélia, zona leste paulistana. A entrada será grátis. O texto foi traduzido por Celso Curi. 
Diego Moschkovich dirige o elenco formado por Ernani Sanchez, Flavia Melman e Michelle Gonçalves. É preciso reservar ingressos pelo e-mail convitesneva@gmail.com.

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