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Dois ou Um com Natália Gonsales

A atriz Natália Gonsales, que está em "A Última Dança" - Foto: Lili Fialho/Divulgação

A atriz Natália Gonsales, que está em “A Última Dança” – Foto: Lili Fialho/Divulgação

Por MIGUEL ARCANJO PRADO

Natália Gonsales está no espetáculo solo “A Última Dança”, em cartaz no Viga Espaço Cênico (r. Capote Valente, 1323, metrô Sumaré), em São Paulo, até 28 de novembro de 2016. As sessões são às segundas, 21h, com entrada a R$ 30. Na obra de César Baptista com trilha de Daniel Maia e cenografia de Flávio Tolezani, ela dá vida à filósofa francesa Simone Weil (1909-1943), que foi trabalhar em fábrica para sentir como era a vida dos operários na pele. A atriz aceitou o convite para participar do Dois ou Um. Dez perguntas cheias de possibilidades. Ou não.

Golpe ou processo legal?
Estamos vivendo um golpe e o mais cruel pra mim é o sentimento de incapacidade de fazer algo, de agir e enxergar os resultados. Parece tudo tão distante e sem efeito. As pessoas nas ruas, os gritos, o barulho provocado, porém blindado pela mídia e pelo poder criado por uma minoria. Mas não podemos deixar de lutar, como o teatro, nós não podemos deixar de fazer. CONTINUAMOS!

Amor ou ódio?
Amor, muito amor. Porém nos deparamos muitas vezes com o ódio e eu sempre me pergunto: tentar esquecê-lo ou expressá-lo?

Inverno ou primavera?
Primavera. Eu sinto frio nos dias gelados. Eu necessito do calor, principalmente do calor humano, por isso que no inverno eu aproveito para deitar embaixo do edredom e me enrolar no corpo do meu marido, Flávio Tolezani. Mas que o inverno dure pouco! Eu necessito das cores vibrantes, das flores, das roupas leves e do suor. Eu prefiro sair, ir pra fora e não ficar só observando do lado de dentro.

Praia ou montanha?
Nos dias quentes, a praia, a areia, o mar, o nascer do sol.  No inverno, a montanha, o pôr do sol e o seu silêncio.

Pertinho ou distante?
Eu sempre tive medo da distância, mas aprendi a lidar com ela e aproveitar as coisas boas que ela pode nos oferecer, como a solidão. Quando aprendemos a lidar com ela, aprendemos a conviver com a ansiedade.

Amor tranquilo ou amor bandido?
Amor tranquilo. Já vivi o amor bandido e hoje o que eu quero é esse amor tranquilo, porém caloroso e sensual.

Zé Celso ou Antunes Filho?
Antunes Filho. Admiro demais esses dois grandes artistas. Mas, como eu vivi um ano no CPT, tenho uma admiração especial pelo Antunes Filho. Aprendi, me desenvolvi, enfrentei a dor e me deparei com o medo. Foi dolorido, porém engrandecedor.

Drama ou comédia?
Drama, a minha vida é um drama, eu sou um drama.

Açúcar ou adoçante?
Açúcar! Preciso de um doce, sinto-me com mais energia para viver.

Camaleão ou borboleta?
Os dois. A vida está em movimento, o ser humano em transformação e quando nos permitimos percebemos ou sentimos que estamos vivos. E, para mim, uma borboleta representa a metamorfose, a ressurreição, a transformação, e um camaleão simboliza a mudança e a capacidade de adaptação.

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