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Infância sofrida de Charles Chaplin inspira peça “Eu, Chaplin” em SP

Leandro D'Errico e Tadeu Pinheiro em "Eu, Chaplin" - Foto: Leticia Godoy

Leandro D’Errico e Tadeu Pinheiro em “Eu, Chaplin” – Foto: Leticia Godoy

Por Miguel Arcanjo Prado

A infância difícil de Charles Chaplin (1889-1977), um dos maiores nomes da história do cinema, é tema do espetáculo “Eu, Chaplin”, em cartaz até 25 de novembro, às quintas e sextas, 21h, no Espaço dos Parlapatões, em São Paulo, com a Cia. Imperial do Brasil.

Ralph Maizza dirige o texto de Leandro D’Errico com episódios marcantes do menino Charles, que tem um encontro ficcional com seu irmão Sid, ao lado de quem começou a carreira. Marisa Bentivegna assina o cenário. O figurino é obra de Leandro Benites, e a iluminação, de Denilson Marques.

D’Errico, que além de dramaturgo também é ator da peça ao lado de Tadeu Pinheiro e Fernanda Zaborowsky, conta que a ideia da peça surgiu quando, em 2009, durante uma temporada no Actors Studio – West Hollywood, nos Estados Unidos. Foi lá que leu a autobiografia de Chaplin, “Minha Vida”. Percebeu ali “o melhor ensinamento sobre como equilibrar a técnica calculista e fria [do planejamento de uma carreira artística] com a chama e a poesia”.

“O que mais me chamou atenção na história do Chaplin foi a quantidade de episódios trágicos que ocorreram em sua infância e adolescência, mas nenhum deles o fez sucumbir como ocorreu com tantos outros em sua época”, diz o dramaturgo.

Tadeu Pinheiro, Fernanda Zaborowsky e Leandro D’Errico em “Eu, Chaplin” – Foto: Leticia Godoy

“A capacidade de regeneração, o espírito de luta e o seu olhar para o lado bom da vida, fazem com que ele seja um exemplo. Não foi a sorte que o levou a ser um dos maiores da história do cinema. Foi a determinação”, aponta, fazendo questão de elogiar seu diretor. “Ralph Maizza é um diretor muito técnico e inteligente, além de nos conhecer muito bem. A chegada dele foi o elemento perfeito para conduzir a melhor forma de contarmos essa história”, fala.

Para Ralph Maizza, “a peça emociona por sua leveza, mesmo quando fala de temas tão tristes como a fome ou a loucura”. E diz que se assemelha, de certa forma, aos filmes do intérprete de Carlitos. “O humor inocente, mas peralta, está presente, lado a lado com o drama. Pretendemos não só homenagear o Chaplin. É uma peça que fala da arte em qualquer âmbito e da escolha de ser artista”.

O diretor faz a ponte com os tempos atuais “careteados” ao falar da censura e incompreensão que muitas vezes Chaplin sofreu. “Vivemos um momento de total distorção da realidade, onde até se diz erroneamente que o teatro está morto ou desatualizado. Mas assim como Chaplin, o teatro sobrevive”, afirma.

“Eu, Chaplin”
Quando:
Quinta e sexta, 21h. 50 min. Até 25/11/2016
Onde: Espaço dos Parlapatões – Praça Franklin Roosevelt, 158, Consolação, metrô República, São Paulo, tel. 11 3258-4449
Quanto: R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia)
Classificação etária: 14 anos

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