Com 100 mil pessoas, Então, Brilha! ferve ao sol de BH; Volta Belchior faz estreia potente
Por Miguel Arcanjo Prado
Enviado especial a Belo Horizonte
Fotos: Nereu Jr, André Fossati
Com 100 mil pessoas de rosa e amarelo, o Então, Brilha! fez o maior Carnaval de sua história e triplicou seu público do ano passado.
Isso confirma a tendência de que Belo Horizonte terá este ano a maior folia de sua história, com público previsto de 2,4 milhões de pessoas, o que é fruto da retomada popular e democrática da festa.
Apostando no axé e começando sua concentração bem cedinho, às 6h da manhã deste sábado (25), o que confirma a empolgação dos mineiros, o bloco chegou a provocar reação dos foliões por conta de longas pausas entre as canções.
Ao ponto de a multidão pedir: “Música, música, música!”. No que foi atendida pelos cantores Di Souza e Gustavito, a banda e os 200 ritmistas da bateria que formaram uma bandeira arco-íris com suas camisetas multicores.
O bloco, a favor da liberdade sexual e da paz, também mostrou-se politizado, com faixas e foliões gritando “Fora, Temer”.
“Em BH, a festa é do povo. Foram as pessoas que retomaram o Carnaval de forma democrática e não adianta virem querendo vender nossa festa que não vamos deixar”, disse a professora de português Patrícia Diniz, vestida de rosa e amarelo.
Ao fim do desfile do Então, Brilha!, a multidão, morta de calor, teve de esperar a boa-vontade de São Pedro, que enviou uma chuva só durante a tarde, para se refrescar, já que a fonte da praça da Estação ficou desligada, decepcionando muitos foliões.
Outra opção para aliviar o sol do meio-dia foi a mangueira d’água jogada nos foliões durante o desfile do bloco Praia da Estação, logo na sequência do Então, Brilha!.
Procurada pelo UOL, a Prefeitura de BH não comentou por que a fonte da praça da Estação, marco histórico da retomada do Carnaval belo-horizontino pelo povo, estava desligada.
Volta, Belchior!
Quando a chuva caiu muita gente já se divertia no bloco Volta Belchior, que arrastou multidão no tradicional bairro de Santa Tereza em sua potente estreia no Carnaval belo-horizontino.
A bateria envolvente, com seus integrantes bigodudos, arrastou uma pequena multidão pela rua Mármore. A camiseta do bloco fez tanto sucesso que acabou antes mesmo de o desfile começar.
No repertório, canções do eterno rapaz latino-americano que, por opção própria, deixou os holofotes.
Apesar dos apelos e homenagens, Belchior não compareceu ao desfile. Ou, se apareceu, se fantasiou tão bem ao ponto de não ser reconhecido.