Por trás do pano – Rapidinhas teatrais
Por MIGUEL ARCANJO PRADO
APCA
A APCA, Asssociação Paulista de Críticos de Artes, entidade da qual este vosso colunista é vice-presidente, entrega seu cobiçado prêmio na próxima segunda (15), às 19h30, no Theatro Municipal de São Paulo. A nata da cultura brasileira estará lá, e este escriba será mestre de cerimônias.
Tradição
Este é o 60º Prêmio APCA, que volta ao Municipal, onde foi entregue pela última vez em 2006. Nas edições mais recentes, a sede foi o Teatro Paulo Autran, no Sesc Pinheiros, outro excelente espaço. Mas, agora, a celebração volta à pompa do mais tradicional palco paulista. Chiquérrimo, não?
Com que roupa?
Quem já garantiu o disputadíssimo ingresso do Prêmio APCA se pergunta, tal qual Noel Rosa: Com que roupa eu vou? A coluna responde: o traje é passeio completo. Mas reza a lenda que ninguém será barrado na porta por não usar gravata ou estar de vestido. Mas não custa nada se esforçar para ficar elegante, né, gente?
Comandante
Pelo terceiro ano consecutivo, Ivam Cabral vai dirigir a festa, contando com assistência de Gustavo Ferreira, Marcio Aquiles, Elen Londero, Giovana Gallucci e Bruno Galvinicio. Turma arretada.
Laureado
Ivam Cabral vai receber o Prêmio Especial da APCA. A maior honra da noite.
Dinamismo
Ivam Cabral revelou à coluna que a festa será bem mais dinâmica. Todos os premiados de cada uma das 12 categoria subirão juntos ao palco. Mas cada um fará seu merecido (e, a gente torce, curto) discurso.
Diversidade
Os apresentadores das 12 categorias representarão a diversidade da metrópole paulistana: trans, negros, imigrantes e mulheres subirão ao palco. Que lindo. Nesse time estão Letícia Sabatella, Maria Casadevall, Maria Clara Spinelli, Dudu Bertholini, Juan Manuel Tellategui, Juçara Marçal e Thiago Mendonça.
Susto
Edianez Parente, que seria par deste colunista no comando da cerimônia, machucou o pé e está imobilizada. Deve ser substituída pela igualmente querida Cristina Padiglione, crítica de TV da APCA e atualmente colunista do programa Todo Seu, do Ronnie Von. Melhoras, Edianez.
Com todo o prazer
Rita Lee é um dos nomes mais aguardados no palco do Municipal. Afinal, a rainha do rock ganhou dois APCAs: um em Literatura, por sua biografia, e outro, especial, em Música. Danada.
Aperto de mão
José Henrique Fabre Rolim, o querido presidente da APCA, já garantiu: todos os críticos da entidade presentes subirão ao palco do Municipal para cumprimentar os vencedores de suas respectivas áreas.
Cultura reunida
São 12 as categorias da APCA: Arquitetura, Artes Visuais, Cinema, Dança, Literatura, Moda, Música Erudita, Música Popular, Rádio, Teatro, Teatro Infantil e Televisão.
Póstumo
Familiares de Domingos Montagner receberão o prêmio de melhor ator de televisão concedido a ele pela APCA por seu trabalho na novela Velho Chico. Vai ser difícil segurar as lágrimas.
Como assim?
Chegou ao ouvido da coluna que o espetáculo Diásporas, que estreia neste fim de semana no Sesc Pompeia, tem 45 atores no elenco. E nenhum negro.
É isso mesmo?
Um amigo da coluna questionou: como eles conseguiram fazer um elenco de 45 pessoas para falar de diásporas, tema tão caro à população negra, cujos antepassados foram trazidos ao Brasil nos porões de navios negreiros, não custa nada lembrar, e não chamaram nenhum ator ou atriz negros para o elenco? Realmente, é uma pergunta a ser feita. E refletida.
Polêmica
Um famoso dramaturgo de São Paulo passa por maus bocados depois que uma dramaturga, diretora e arte-educadora gravou depoimento em vídeo, divulgado na internet nesta semana. Nele, ela afirma que teria sido abusada psicologicamente por ele durante anos. O nome do dramaturgo corre na boca de praticamente todo teatro paulistano junto a uma expressão de espanto com toda essa história.
Não custa nada reforçar
Aos homens machos alfa de plantão: não abusem das mulheres ao seu redor. Isso não é mais tolerado nos tempos contemporâneos. Ainda bem.
Elegância
Fause Haten, o estilista, estreia seu primeiro musical como ator. Lili Marlene chega aos palcos na próxima semana no Teatro Eva Herz.
Tem sanfona
Com texto de dramaturgo Timochenco Wehbi, Palhaços tem sessões sexta, 21h, e sábado, 22h, no Espaço dos Parlapatões até 17 de junho. O espetáculo conta com direção de Marcio Vasconcelos e atuação de Antônio Netto e Sérgio Carrera, além do sanfoneiro Guilherme Padilha. Que delícia.
Em casa
Cléo De Páris, a atriz e musa maior da praça Roosevelt, foi visitar sua família no Rio Grande do Sul. Faz bem.
Felicidade
O ator Laerte Késsimos está todo contente. É que está fazendo teatro de quarta a domingo, na peça Refluxo, no Sesi. Igualzinho aos tempos do TBC.
Muso das alterosas
Sidney Santiago fez um sucesso danado em Belo Horizonte. O moço foi à capital mineira participar na semana passada do Polifônica Negra.
Rock
A Conteúdo Teatral, que administra o Teatro Folha, prepara um musical com canções do Paralamas do Sucesso. Viva o rock nacional.
Magia
O povo do Teatro Porto Seguro ficou estupefato ao ver esgotarem os ingressos para o show Desafiando a Amizade, de Fabi Bang e Myra Ruiz, em apenas duas horas. As ex-bruxas de Wicked são mesmo poderosas.
Operária dos palcos
Mal terminou a peça A Banheira e a atriz Carol Hubner já emenda outro trabalho nos tablados. Ela é uma das estrelas de Enquanto as Crianças Dormem, o anti-musical tragicômico de Dan Rosseto. Estreia dia 31 de maio no Teatro Aliança Francesa. Promete ser um bafo.
Curtinho
Depois de Rio Janeiro e Nova York, a ocupação Rio Diversidade chega a São Paulo, composta por quatro espetáculos curtos sobre diversidade sexual e de gênero dos dramaturgos Jô Bilac, Daniela Pereira de Carvalho, Joaquim Vicente e a Marcia Zanelatto. São só seis apresentações, até 28 de maio, no Sesc Santana. Corra.
Internacional
Marba Goicochea, a atriz e musa peruana mais querida de São Paulo, pode ser vista na peça Quantos Segundos Dura Uma Nuvem de Poeira, em cartaz aos fins de semana na SP Escola de Teatro.
Experiência é tudo
Chama a atenção, a quem assiste Pessoas Brutas, a nova peça do grupo Os Satyros, o crescimento de Sabrina Denobile e de Julia Bobrow como atrizes. A coluna manda os parabéns para ambas.
Falando nisso
Outro que está a cada dia mais um ator potente é Robson Catalunha, destaque da peça como um antiquado senhor evangélico, ao lado, é claro, de Ivam Cabral, carismático como o sapateiro que faz aulas de piano.
Raiz
Mal estreou e a cantora Josi Lopes e seu tambor mineiro são destaques do musical Alegria Alegria, sobre a Tropicália e com elenco encabeçado por Zélia Duncan, em cartaz no Teatro Santander. Outro nome forte do elenco é Luiz Araújo, sempre talentoso.
De volta a Copi
O Teatro Kunyn parece mesmo ter obsessão pelo dramaturgo argentino Raúl Damonte Botana, o Copi. A terceira peça do grupo, Desmesura, aborda soropositividade e transexualidade a partir da obra do portenho. Ah, uma informação preciosa: os atores ficam nus em boa parte da peça. E os 50 espectadores por sessão ficam bem pertinho dos artistas, que entram e saem de cena usando skate. Que jovens.
Não é a mamãe
Às vésperas do Dia das Mães, a Coleção Palavra de Mãe quer ressignificar a maternidade. Idealizada pela dramaturga e jornalista Paula Autran, conta com quatro livros, que serão lançados neste sábado (13), às 11h, no Inca Café, na Vila Madalena. Estão todos convidados.