Não é apologia ao machismo, diz diretor de E Aí, Comeu?
Por Miguel Arcanjo Prado
Em tempos de mulheres empoderadas, a comédia “E Aí, Comeu?” vai justamente por um outro viés: o olhar de determinado tipo de homem heterossexual para o comportamento feminino.
Mas, segundo o autor, Marcelo Rubens Paiva, que levou o Prêmio Shell em 2000 com este texto, não é uma peça só para macho alfa se divertir.
“O charme da peça é falar de homens, e não sobre cafajestes. São homens apaixonados pelas mulheres, que tentam entendê-las, que as querem. Em momento nenhum eles desconsideram a mulher. Elas são mulheres inteligentes, competentes, respeitadas. Só que quando junta homem, claro que sai baixaria”, explica o autor, 26que já viu seu texto virar filme em 2012.
A temporada paulistana da montagem segue até 4 de junho no Teatro Nair Bello, dentro do Shopping Frei Caneca, sexta e sábado, 21h, e domingo, 18h, com ingresso a R$ 60.
“Peça não é apologia ao machismo”, diz diretor
No elenco, estão João Vitti, Marcelo Pio, Sergio Abreu e Sabrina Korgut, que dá vida a sete mulheres que transitam pelas vidas dos amigos Fernando, Honório e Mattar. Fernando Gomes assina a direção e diz que a obra não é machista.
“É uma ode às mulheres, não uma apologia ao machismo, falamos de amor e enfocamos as relações humanas”, defende.
Ao que Rubens Paiva complementa: “O homem não gosta de ficar sozinho, precisa do lado mais intuitivo, mais delicado que a mulher traz para a vida dele. Imagina o que são três homens morando sozinhos. É um inferno. A mulher dá uma tranquilidade, uma segurança emocional muito grande para o homem. Ainda que socialmente isso não seja ‘propagado’, é isso sim”.
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