Dois ou Um com Renato Andrade
Por MIGUEL ARCANJO PRADO
Baiano de Salvador radicado em São Paulo, Renato Andrade é autor e diretor teatral, formado pelo INDAC e graduado em Comunicação Social pela ESPM. Desde 2005, escreveu 22 textos e dirigiu 16 peças, como “Ocupação”, “E se Não Tivesse Amor no Título?” e “Os Veranistas”. Atualmente está em cartaz com dois espetáculos: “A Noite em que Blanche Dubois Chorou sobre Minha Pobre Alma”, de Jarbas Capusso Filho, no Teatro Eva Herz (sábados, às 18h, até 27/5) e a mais nova versão da comédia “Retratos & Canções”, de sua autoria, no Teatro Augusta (sábados, às 20h, e domingos, às 18h, até 28/5). Ele aceitou o convite para participar da coluna Dois ou Um. Dez perguntas cheias de possibilidades. Ou não.
Tennessee Williams ou Nelson Rodrigues?
Tennessee! Sou devoto do autor e de seus delirantes personagens.
Drama ou musical?
Tudo! Gosto de me arriscar, transitar entre obras distintas, mesclar os gêneros e ver a plateia rir e chorar ao mesmo tempo. Quando alguém diz que uma determinada peça tem a “minha cara” fico preocupado. Prefiro a esquizofrenia ou os múltiplos heterônimos.
Direitos trabalhistas ou reforma?
Direitos Já! É muito triste ver um usurpador e uma corja de criminosos limando tudo. Estamos vivendo um enorme retrocesso.
Imigrantes ou fascistas?
Imigrantes! Ver o crescimento de movimentos e partidos fascistas é assustador.
Praia ou piscina?
Praia. Eu preciso e sempre precisarei do mar.
Titãs ou Chitãozinho e Xororó?
“Pra que viver fingindo se eu não posso enganar meu coração?”
Frio ou calor?
Calor! Sou desses.
Cazuza ou Michel Teló?
Cazuza é incomparável, um artista à frente de qualquer tempo.
Buenos Aires ou Nova York?
Nova York, por enquanto.
Salvador ou São Paulo?
Salvador de alma, São Paulo de coração ou vice-versa.
“Tenho ouvido muitos discos, conversado com pessoas” ou “atenção, tudo é perigoso, tudo é divino, maravilhoso”?
Acho que depois dos 30 deixei de buscar adjetivos grandiosos. Quero desacelerar e encontrar refúgio nos livros, nas músicas, nos meus cães e nas pessoas que realmente importam.
Aprecio e reconheço a óbvia contribuição artística de Cazuza ao cenário da música brasileira, mas penso que Teló é subestimado por muitos. Alguém que levou o nome do Brasil a diferentes países, certificando discos de Ouro e Platina mesmo cantando em língua portuguesa deve ter seu legado creditado como importante para a música brasileira. E o é. Teló já fez história.