Adriana Lessa volta à TV após Europa e musical Cartola
Por Miguel Arcanjo Prado
Adriana Lessa vai estar de volta à Globo na série “Cidade Proibida”, ainda sem data de estreia. A atriz que esteve recentemente em um festival de teatro europeu com duas peças atualmente pode ser vista na reprise da novela “Senhora do Destino” e também nos palcos, pois circula o Brasil com o musical “Cartola – O Mundo É um Moinho”. Pelo trabalho, foi indicada ao Prêmio Bibi Ferreira como melhor atriz coadjuvante. Neste sábado (12), às 19h, o musical faz sua última apresentação no Sesc Palladium, em Belo Horizonte, dentro do projeto Teatro em Movimento. Direto da capital mineira, Adriana conversou com o Blog do Arcanjo do UOL sobre a volta à TV, o musical, a viagem recente à Europa e a situação dos atores negros. Leia com toda a calma do mundo.
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Miguel Arcanjo Prado — Você acaba de voltar de um festival de teatro europeu?
Adriana Lessa — Esta é a segunda vez que participo de um Festival Internacional de Teatro na Europa. A primeira vez foi em 1986, quando iniciei meus estudos com o diretor Antunes Filho. Viajamos pela França, Espanha, Áustria, Alemanha e Grécia com os espetáculos “Macunaíma” e “A Hora e Vez de Augusto Matraga”. Desta vez, em 2017, participei do Festival Internacional de Teatro de Copenhague, na Dinamarca com os espetáculos “A Mais Forte”, de August Strindberg, e “A Mais Forte II”, de Dorrit Willmusen, com direção do dinamarquês Soren Helerup.
Miguel Arcanjo Prado — Como foi essa experiência?
Adriana Lessa — A experiência artística e pessoal foi muito enriquecedora! Tivemos muitos artistas dinamarqueses e de outros países em nossa plateia, assim como a presença de alguns brasileiros como Carlos Paranhos, nosso embaixador do Brasil na Dinamarca. E a Dinamarca é um dos países com menor índice de corrupção do mundo. Todos os cidadãos realmente vivem e se comportam para o bem comum!
Miguel Arcanjo Prado — Como é voltar a fazer o musical sobre Cartola?
Adriana Lessa — De volta ao Brasil, após as apresentações na Dinamarca, começamos a turnê nacional do musical “Cartola, O Mundo É um Moinho”. Estamos muito satisfeitos por, além de termos uma excelente audiência com total lotação nas apresentações, realizarmos também, em parceria com a Fundação Palmares, formação de plateia com cidadãos que nunca tinham ido ao teatro.
Miguel Arcanjo Prado – Qual a importância de falar de Cartola?
Adriana Lessa – Retratar e homenagear Angenor de Oliveira, nosso Cartola, possibilita o protagonismo negro e também o fortalecimento de sua representatividade no palco e plateia. Contamos uma história de respeito próprio, resiliência, produtividade, perseverança e amor! Também sinto-me muito grata e feliz com a indicação ao Prêmio Bibi Ferreira, na categoria atriz coadjuvante.
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Miguel Arcanjo Prado — A situação para o ator negro no teatro está melhorando? Há hoje maior consciência dos produtores e diretores em escalar atores negros?
Adriana Lessa — Apesar de toda nossa miscigenação, nosso Brasil é um país com muitos preconceitos e intolerâncias não somente com afrodescendentes mas também com indígenas e migrantes. Melhorarmos como seres humanos é um exercício diário para todos nós! O protagonismo negro existe em nossa sociedade. É importante conhecermos os mecanismos e leis, em nosso sistema, para nos valermos e nos apropriamos das possibilidades para realização de produções próprias além de realizarmos produções também já existentes. Não conheço a consciência de cada um. Resiliência!
Miguel Arcanjo Prado — Você vai voltar a TV. O que pode adiantar?
Adriana Lessa — Meu trabalho mais recente na TV ocorreu em 2016, na novela “A Escrava Mãe”, de Gustavo Reis, com direção geral de Ivan Zettel, para a Record. Neste momento, estou em gravações de “Cidade Proibida”, série policial de Mauro Wilson e Maurício Farias, para a Globo. A série é ambientada nos anos 1950, no bairro da Lapa, no Rio de Janeiro. Minha personagem é Gracinda, uma mulher forte, casada há 20 anos com o personagem de Ailton Graça, com o qual tem uma filha.
Miguel Arcanjo Prado — Você assiste à reprise de “Senhora do Destino”? O que acha do sucesso da novela ainda hoje?
Adriana Lessa — Em alguns momentos livres assisto um pouco, pois tenho trabalhado bastante. Além do Brasil, a novela está sendo exibida e reexibida em vários outros países atualmente. É uma grande alegria rever, em todos os aspectos, “Senhora do Destino”. Muitas críticas e apontamentos de nossa sociedade são apresentados na novela do Aguinaldo Silva. Espero que através de reflexões pessoais possamos melhorar nossa sociedade.
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