Dois ou Um com Marília Moreira
Por MIGUEL ARCANJO PRADO
Paulistana, a atriz, escritora e diretora teatral Marília Moreira começou sua carreira dedicando-se a trabalhos próprios, dentro da Companhia O Teatro de Areia, fundada em 2001. Em 2009, ingressou no Centro de Pesquisa Teatral, CPT, coordenado por Antunes Filho, por quem foi dirigida nas montagens de Policarpo Quaresma e A Falecida Vapt Vupt. Em cinema, foi dirigida por Héctor Babenco em Meu Amigo Hindu. Além da Imagem é seu primeiro trabalho solo nos palcos, fruto de mais de dois anos de pesquisa. É também a primeira vez que assume, a um só tempo, as funções de atriz, dramaturga e diretora. A peça que aproxima Marilyn Monroe e Tchekhov pode ser vista de 1º a 24 de setembro no Top Teatro, na Bela Vista, em São Paulo. Ela topou o desafio de participar do Dois ou Um. Dez perguntas cheias de possibilidades. Ou não.
Campo ou praia?
Amo os dois, mas se tiver que escolher que seja uma praia selvagem ladeada por uma mata exuberante. Ou então, campo no inverno e praia no verão!
Direção ou atuação?
Atuação. Ainda é mergulhando na alma das personagens onde mais me realizo, mas se o texto é meu, confesso, tenho uma dificuldade enorme em delegar a direção.
A Gaivota ou Tio Vania?
A Gaivota! Não por ser um texto melhor, ambos são maravilhosos, mas A Gaivota me toca mais a alma. Vejo muito na personagem Nina, a garota que eu era 20 anos atrás.
Reza ou luta?
Reza e luta. Nenhuma dúvida quanto a isso.
Palco ou rua?
Palco à noite, rua de dia.
Sexualidade ou fragilidade?
Essa é difícil… Se falamos de Além da Imagem, a fragilidade certamente está muito à frente da sexualidade, permeando tudo, inclusive qualquer erotismo que possa haver na peça.
Reflexo ou reflexão?
Reflexão, por favor. Claro que meu instinto muitas vezes me domina e ajo antes por reflexo do que por reflexão. É preciso muita luta, e muita reza, para mudar essa ordem.
Comédia ou drama?
Um drama com um toque de humor ou uma boa comédia dramática. Que a graça da vida não me abandone nunca! Nem nos momentos de dor…
Marilyn Monroe ou Anton Tchekhov?
Com todo o respeito e admiração que tenho pela Marilyn, Anton Tchekhov.
‘Odeio você’; ou ‘Te amo pra sempre?’
Te amo agora, espero te amar para sempre e provavelmente vou te odiar em alguns momentos. Que sejam breves!