Da Rocinha, vocalista da Sinara Luthuli Ayodele desabafa no Rock in Rio
Por Miguel Arcanjo Prado
Luthuli Ayodele, vocalista da banda Sinara, demonstrou ser um artista conscientizado da violência que sofre atualmente o Rio, especialmente sua comunidade, a Rocinha, e falou durante show no Rock in Rio sobre a situação de violência na favela, que enfrenta uma grande guerra urbana.
Nascido e criado na famosa comunidade carioca, ele aproveitou o show de seu grupo, que abriu o Palco Sunset no Rock in Rio nesta sexta (22), para mandar seu recado.
“Estamos um pouco tristes com tudo o que está acontecendo com o Rio de Janeiro. Sou nascido e criado na favela da Rocinha. E é muito difícil pra mim ver o que está acontecendo”, afirmou, sendo fortemente aplaudido pelo público por não se silenciar sobre a guerra urbana que o Rio vive.
“Estou muito feliz por estar aqui, mas ao mesmo tempo muito triste pela situação que nossa cidade, e não só nossa cidade, mas o mundo inteiro está passando”, disse, antes de complementar: “E é muito bom a gente meditar e tentar pensar coisas boas, não só falar, mas praticar, que é o mais importante”.
Além de Luthuli Ayodele, a Sinara tem Magno Brito e os integrantes da família de Gilberto Gil: João Gil e Francisco Gil, netos do cantor e filhos, respectivamente, de Nara Gil e Preta Gil, e José Gil, filho de Gil com Flora Gil.
O grupo lançou o EP “Sol” em 2015 e vem fazendo shows desde então.
Mateus Aleluia: ícone do afro-pop
No show do Rock in Rio convidaram Mateus Aleluia, único ex-integrante vivo do grupo afro-pop baiano Os Tincoãs, que influenciou gente como Margareth Menezes, Carlinhos Brown e Gerônimo, e morou por duas décadas em Angola, na África.
“Este homem é a luz. Mateus Aleluia, muito axé”, declarou Luthuli Ayodele. “A banda Sinara são esses garotos, o princípio da continuação”, abençoou Aleluia. Depois, cantaram “Fogueira Doce”, e o “Ponto de Nanã”, que envolveu o público com seu ijexá.
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