Teatro negro é foco da Segunda Crespa em SP
Salvador, com A Cena Tá Preta, e Belo Horizonte, com a Segunda Preta, foram cidades pioneiras ao darem protagonismo para as produções cênicas negras em uma programação especial. Agora, São Paulo também recebe a onda negra teatral na Segunda Crespa.
O evento que faz sua segunda edição nesta segunda (11), no Teatro Heleny Guariba, na praça Franklin Roosevelt, 184, região central paulistana, a partir das 19h30, com entrada gratuita.
Será apresentado o espetáculo mineiro “Violento”, com Preto Amparo e direção de Alexandre de Sena. Após a sessão, haverá uma roda de conversa com o tema: “Narrativas Negras e Apropriação Cultural”.
Participam como convidados Preto Amparo, Alexandre de Sena, Luiz Silva (Cuti), Lucélia Sérgio, Sidney Santiago Kuanza, Dione Carlos, Miguel Arcanjo Prado (autor deste blog), Rosane Borges e Jé Oliveira.
O projeto Segunda Crespa é encabeçado pela Cia. de Teatro e Intervenções Urbanas Os Crespos, formada por atores negros saídos da Escola de Arte Dramática da USP e com 12 anos de atividades ininterruptas. Em foco estão arte, política, teoria e ativismo negro, com os atores Sidney Santiago Kuanza e Lucélia Sérgio.
“A Segunda Crespa quer promover o encontro de artistas negros de teatro e das artes negras, para apreciação, discussão, reflexão e construção de material crítico sobre os trabalhos que vêm sendo desenvolvidos por esses artistas, juntamente com a formação de público na cidade de São Paulo”, fala Sidney Santiago Kuanza.
Sidney aponta que o projeto “é consequência de um movimento nacional de fortalecimento da cena negra”, citando os projetos veteranos A Cena Tá Preta, em Salvador, e Segunda Preta, em Belo Horizonte.
Por falar no projeto mineiro, no último sábado (9), na Casa Lúdica, na zona leste paulistana, houve a “Prosa Preta”. Foi apresentada a história da Segunda Preta em BH e seus conceitos de construção horizontal, tecnologia de aquilombamento e estrutura afetiva de produção e organização.
O evento ainda contou com culinária afro-mineira da chef Zora Tikar Hausa Fulani Santos e discotecagem de Alexandre de Sena, além da presença de outros nomes da Segunda Preta, como a atriz Soraya Martins. Depois, o grupo seguiu para a Aparelha Luzia, efervescente centro cultural negro paulistano.
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