Quase 40 mostra mulheres na crise da idade da loba
Para muitas mulheres, a chegada aos 40 não é nada fácil, sobretudo por pressões sociais.
Este é o foco da peça “Quase 40”, em cartaz em São Paulo, no Teatro Viradalata (r. Apinajés, 1387), com sessões aos sábados, 19h, com ingresso a R$ 25 (meia) e R$ 50 (inteira), até 3 de março.
A obra escrita e dirigida por Wagner D’Avilla mostra um grupo de mulheres solteiras e independentes próximas a completar 40 e que se veem diantes de cobranças como namorar, noivar, casar e, claro, ter filhos.
“O texto foi inspirado a partir de relatos de mulheres reais que transportadas para o palco dão o tom de ficção. Acho que esse é o ponto forte da peça”, defende o autor.
D’Avilla revela que todas as pressões que caem na cabeça das futuras quarentonas estão na sua peça: “Casar, ser bem sucedida, ter filhos, ser boa mãe, ser boa esposa, ser boa profissional e cuidar de si mesma. As mulheres de hoje enfrentam uma pressão social que se estende a uma pressão pessoal”, avalia.
Estão no elenco Grace Porto, Juliana Balbino, Juliana Preto, Marcelle Kaiser e Olivetti Herrera.
Juliana Preto, que faz a personagem Julieta, diz que a peça é também um modo de as mulheres pensarem sobre si mesmas.
“A comédia sempre foi utilizada para muitos fins, inclusive para contestação. Eu tenho pra mim que as pessoas conseguem absorver muito mais com o riso, porque estão num momento sem defesas, entregues ao que assistem”, diz.
A atriz relela qual é o papel do homem na montagem.
“Nessa peça, o homem é o objeto. Brincamos com essas trocas de papeis, onde a mulher é quem comanda. O homem até pode achar que está levando vantagem, mas somos nós que temos o controle da situação”, avisa.
Único homem em cena como Dominic, o ator Olivetti Herrera define a montagem como “um espetáculo atual e inteligente, que fala de uma forma divertida os dilemas enfrentados por mulheres com quase quarenta anos”.
“Meu personagem potencializa questões sobre o que as mulheres querem e esperam de um homem. São explorados diversas questões pelo ponto de vista feminino e que muitas vezes são divergentes”, conclui.
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